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Lembrei-me de uma ocasião em que fui visitada por uma amiga para tomarmos um café em minha casa. Fazia tempo que não passávamos a tarde juntas. Estava tudo ótimo até que percebi sua desatenção ao que conversávamos porque não parava de olhar para o relógio. Perguntei: - “Você está preocupada com alguma coisa?” – “Não, é que o marido vai chegar logo em casa e preciso estar lá, senão ele vai me encher o saco!”, aí eu disse: - “Então sim, você está preocupada”. Ela completou dizendo que toda vez que isso acontece acaba em briga a noite.

A relevância disso está no fato de que as pessoas não se dão conta que esse é exemplo de um modelo comum de relacionamento, vivenciado por muitos casais, e que nunca deu certo. Os modelos tradicionais de relacionamento costumam causar insatisfação, sofrimento e por isso distanciamento. O homem com uma postura de ter que ser servido pela esposa e a mulher frustrada e se sentindo triste por achar que tem que servi-lo, embora muitas vezes queira é dar uma banana a ele por acha-lo um egoísta. De fato e, sem saber muito bem porque, estão ambos insatisfeitos e infelizes um com outro. Triste é a falta de disposição e interesse em alguns casais em tentar formas diferentes de convívio. Muitas vezes o homem se recusa a fazer algo por achar que não tem problema e que o problema está é na esposa, outras a mulher se recusa por acreditar que se não fosse o egoísmo do marido tudo seria um paraíso, porque afinal, ela é ótima com ele. Será?

O que podemos perceber é que, depois de algum tempo, a maioria das relações estáveis se tornam tediosas. São tantas regras, obrigações, tantas concessões, tantas cobranças repetitivas, até demonstrar carinho de maneira sempre igual vai ficando sem graça. Não é à toa que o tesão vai pelo ralo. A impressão que fica é que as pessoas se relacionam muito mais por necessidade e dependência do que pelo prazer da companhia um do outro. O pior disso tudo é que é um modelo de relacionamento encarado com total naturalidade. Talvez essa seja uma das razões dos casais não se darem conta de que precisam mudar, fazer diferente para que novas sensações brotem e estimulem o tesão sexual e o de estarem um ao lado do outro. Quando um casal chega a essa monotonia a primeira coisa que diminui quando não desaparece, é o interesse sexual, nos homens podem se relacionar até com sua baixa potência sexual. Há casos que o homem tem disfunção erétil com a esposa mas não tem com outra; o mesmo ocorre com as mulheres não tem desejo pelo marido mas tem por outro.

Estatísticas mostram que tanto os homens quanto as mulheres casadas conversam meia hora por semana. Confesso que assustei quando li isso. Quando os casais procuram por psicoterapia por se darem conta que praticamente pararam de conversar um com outro, eles não tem ideia de quando foi que eles perderam sua sintonia. O nível de entusiasmo e energia está tão baixos que não sabem nem o que dizer. Acredito que quando um casal chega a buscar ajuda de um profissional é porque ainda há uma energia, uma vontade e esperança de poder reverter a situação.

Vocês já repararam no absoluto silêncio de alguns casais na mesa do restaurante que frequentam? Tem casais que entram mudo e saem calados e, quando falam, muitas vezes é com o garçom ou então um pouco entre si para discutirem o que vão pedir para comer e beber. A falta de interesse um pelo outro bloqueia a energia para o diálogo. Mas eles já estão tão acostumados a isso que nem percebem que tem um problema, no mínimo, de comunicação. Que tipo de casamento vocês tem? Ainda há

diálogo? Como é esse diálogo? E a vida sexual, com que frequência vocês tem relação sexual?

Sugiro a vocês que perceba os outros, não com intuito de fofoca ou reparar na desgraça alheia mas sim, em trazer à luz a realidade do seu casamento, da sua relação. Lembrem-se que olhar para fora é mais fácil que para dentro. Pimenta nós olhos dos outros é refresco, diz ditado popular. Faça uso dessa observação para aprender com ela e decida o que vocês estão precisando mudar ou melhorar. O outro ou a experiência do outro deve nos servir de modelo para que nos tornemos sempre melhores com a gente mesmo e com o próximo, principalmente com nossos companheiros e companheiras.

Até a próxima.

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