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Quantos de nós deparamos com situações em que queremos e precisamos conversar assuntos difíceis e não sabemos como. O que será que ele vai pensar de mim? Será que falo? Tem gente que fica ensaiando e tentando achar o melhor momento pra isso. Sabe aqueles momentos em que você imagina toda a cena, visualizando e supondo que se eu falar algo ele ou ela vai reagir assim ou assado e quando você vê o tempo passa, a oportunidade parece ficar cada vez mais longe? Mais difícil ainda é quando você estabelece todo esse diálogo sozinho, tira as conclusões e ainda fica com raiva da pessoa sem nem mesmo ter conversado com ela. Pois é, difícil né?

Você já parou para pensar o que faz com que você recue a uma conversa difícil mas necessária com seu companheiro ou companheira? Você já prestou atenção nos sentimentos presentes, em suas necessidades? O medo de magoar a outra pessoa ou ser magoado por exemplo. Afinal, quem não sabe o que é se corroer de remorso por ter dito algo a alguém que queremos bem? Ainda que tenhamos boas intenções todo diálogo depende de como o outro vai interpretar o que foi dito. Não são poucas as vezes que ferimos o outro sem querer.

Então, como dizer ao meu parceiro que não sinto desejo por ele? Um dos aspectos em que pesquisadores são unânimes com relação a uma comunicação satisfatória é a expressão verdadeira dos seus sentimentos e suas necessidades. Quanto mais clareza, objetividade e verdade tiver em seu diálogo mais bem sucedido será. O ideal para se comunicar algo difícil e constrangedor é iniciando o diálogo falando de você. Você pode iniciar dizendo o quanto você gosta, respeita e quer o seu companheiro mas que embora exista este afeto, você não tem tido vontade de fazer sexo com ele. Há dezenas de respostas, o importante é você perceber a sua história.

O que está acontecendo? Você acha que sua falta de desejo está associada a quê? Ele é rápido demais, não faz carícias o suficiente ou porque você nunca tem orgasmo? Talvez se sinta sozinha ou incompreendida... Seja qual for sua razão é importante que, com respeito e afeto, você expresse o que se passa contigo. Fale de você e não através de uma crítica a ele. Há momentos que expressamos nossos desejos ou afetos fazendo uma crítica ou comparação. Isso gera resistência e bloqueio na outra pessoa, fazendo com que ela não se importe ou não queira continuar a conversa. Por exemplo, “eu não te desejo porque você só pensa em você!” No mínimo ele vai te dizer: “você que é uma chata ruim de cama!”. Bem, não é difícil supor no que isso vai dar, não é verdade? Qual seria uma possibilidade então? “Eu sei que você tem me procurado e eu não tenho correspondido, quero que saiba que gosto muito de você e por isso o fato de eu estar distante não tem a ver com o que sinto ou deixo de sentir, eu só quero conversar mais sobre nossa sexualidade com você, pode ser?

Obviamente que eu não posso ter certeza que em todos os casos essa conduta vai ser bem sucedida. Há casais tão desgastados e tão intolerantes que não querem nem conversar o trivial. A reação que vem do outro é sempre uma incógnita. O importante é fazer cada um a sua parte da melhor maneira possível. Empurrar com a barriga aquilo que deve ser esclarecido é um erro que degrada qualquer relação.

Pesquisas apontam que em função da inabilidade ou deficiência em lidar com os conflitos conjugais através do diálogo podem provocar a agressão física em alguns casais e que tal agressão seja um produto desse déficit geral de comunicação.

Todos nós queremos ser aceitos, ouvidos e compreendidos, então comunicar-se plenamente implica na expressão empática de quem ouve e na aceitação incondicional de quem fala.

Obrigada.

Até a próxima.

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