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Acabamos de sair de um período eleitoral em nosso país, nesse ano as campanhas tiveram a metade do tempo, ou seja, de 90 dias diminuiu para 45, sem comícios, sem showmícios e sem muita fantasia durante o horário eleitoral de rádio e tv, sobreviveram os jingles, praguinhas, santinhos e claro as carreatas e o corpo a corpo com os eleitores.

Houve uma mudança no comportamento de candidatos e eleitores das eleições desse ano, quem tem mais de 30 anos sabe como eram as eleições há 20 anos atrás, uma verdadeira bagunça que nada tinha a ver com a importância que esse período exige, que são a observância dos projetos, o dialogo sobre as propostas de cada candidato e principalmente a verificação do histórico dos aspirantes aos cargos públicos.

Essas mudanças tornaram as eleições mais reais e menos incomodas para a população, no entanto algumas velhas práticas ainda continuam, tais como, a compra de voto, boca de urna, muito lixo nas ruas e churrascos regados a bebida alcoólica foram uma constante nesse período.

Um assunto predomina a política todos os anos no Brasil, a corrupção, essa é uma chaga difícil de se livrar, no entanto a corrupção não está apenas na política, a corrupção está presente no cotidiano dos brasileiros, nos pequenos atos do dia a dia tais como, motoristas que subornam para se livrar de multas, alunos que colam, atestados médicos falsos para apresentar no trabalho e na escola, na hora de furar a fila entre tantos outros.

Uma sociedade ética não tem governos corruptos, ou seja, se os políticos são corruptos, a sociedade é conivente, afinal quem coloca os políticos no poder é a própria sociedade. Outro ponto importante é que a corrupção não está apenas no poder público, essa prática está nas empresas, nas instituições privadas, tais como nas empresas telefônicas e de internet que prometem um serviço e entregam outro, no seguro que não quer cobrir o prejuízo do cliente, na empresa que da informação falsa ao consumidor etc.

É muito fácil acusar o outro de corrupção e não observar as próprias ações do cotidiano ou então pensar que a sociedade mudará como num passe de mágica e que de um dia pra outro a corrupção ser extirpada, isso não acontece assim.

Para que possamos exigir dos governantes a transparência e a ética que tanto almejamos, temos que cobrar isso primeiro de nós mesmo, em nossas ações, no trânsito, no trabalho, com a família, vizinhos, inclusive na hora de votar.

A construção de uma sociedade ética e cidadã começa por cada um de nós, assim como uma sociedade corrupta também começa com cada um de nós, culpabilizar o outro ou criminalizar a política não levará a lugar algum, até porque os políticos nada mais são do que o reflexo da sociedade que os elegeu.

Profº: Flávio de Campos Barbosa