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A comunicação é a arte de trocar ideias, de dialogar de conversar com o objetivo de um entendimento mútuo já que ela depende de no mínimo duas pessoas - uma que fala e outra que ouve. No entanto, ela não se resume simplesmente no ato de falar e ouvir mas também no de entender o que foi dito. Não havendo compreensão não há comunicação.

Diante deste curto conceito do que é comunicação não é difícil entender porque a inabilidade de comunicação de casais é um dos principais motivos que levam casais a procurarem ajuda psicoterápicas. Relatam sobre suas frustrações em não serem compreendidos mutuamente, por estarem vivendo em mundos diferentes sem perceberem as necessidades um do outro.

Julgamentos moralizantes ou de valor, comparações, exigências, críticas, não se responsabilizar, culpar, depreciar o outro, adivinhar o que o outro sente ou pensa são características que corroem e maltratam qualquer forma de relação, principalmente quando se trata da vida conjugal.

Algo muito comum de se ouvir de casais em terapia é: “Eu nunca sei o que ele está sentindo, sinto como se eu estivesse conversando com uma parede!”. Esta fala não facilita em nada a aproximação dele com ela, mas, ao contrário, acaba reforçando esse comportamento por não oferecer abertura ao diálogo além de rotular a figura dele a um ninguém. Ela parece não reconhecer o quão solitária se sente pelo fato do marido não conversar e interagir com ela. Uma conduta diferente poderia ter sido adotada se ela dissesse: “Tenho me sentido sozinha por não estarmos conversando, estou achando você distante, sinto falta de conversar com você!” Aqui ela inicia falando como ela está se sentindo ao em vez de acusa-lo de alguma coisa, demonstrando uma conexão com ele além de deixar aberto a novas possibilidades por permitir que ele saiba como ela se sente em relação a ele.

Culpar o outro pelos problemas do casamento configura se isentar da responsabilidade implícita ou explicitamente. Quando se liga os próprios sentimentos às ações dos outros dificilmente nos responsabilizaremos pelo ocorrido. Por exemplo, quando o companheiro diz a sua parceira: “Eu não entendo, você parece uma pedra de gelo!”; daí ela responde: “Você que é rápido demais, mal começamos e já acabou”. Nesse diálogo percebe-se que o companheiro se sente frustrado com a indiferença de sua parceira porque gostaria de sentir que ele a satisfaz sexualmente. Enquanto ela se sente também frustrada por sentir que seu parceiro não se preocupa em satisfazê-la. Caso típico de um casal inadequado sexualmente devido a sua inabilidade de comunicação. Ambos não reconhecem suas necessidades e responsabilidades mútuas em se proporcionarem satisfação sexual. Por isso se julgam mutuamente com rótulos que provocam mais distanciamento um do outro.

Uma alternativa positiva para este diálogo seria ele dizer: “Eu tenho notado você distante quando temos relação sexual, você está insatisfeita com alguma coisa?”; ela poderia responder: “Eu gosto de transar com você, mas sinto falta de mais carícias, eu preciso de mais tempo para me satisfazer.”

Vida a dois, vida sexual, satisfação conjugal pressupõe proximidade, intimidade, desejo, satisfação no ato de envolver-se, gostar de quem está ao seu lado, conversar e expressar as necessidades sexuais sem medo ou vergonha. Enquanto críticas, julgamentos, comparações, acusações, agressões verbais

fizerem parte da rotina de um casal, a satisfação conjugal inicial vivenciadas por eles ao se casarem, se degradará até que se acabe. O comprometimento sexual da vida dos casais é uma das consequências mais traumáticas devido aos padrões de relacionamentos inadequados e disfuncionais mútuos desenvolvidos ao longo do tempo. Assim, é necessário que se estabeleça novos padrões de comunicação, onde o respeito mútuo e o cuidado com aquilo que se diz são imprescindíveis.

Até a próxima.

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