Você já parou pra pensar do que compõem nosso dia a dia desde a hora que acordamos até a hora que vamos dormir? Digo no sentido de nossas ações, nosso jeito de ser e de fazermos o que sempre fazemos todos os dias. Estou falando de uma base de hábitos que podem ser saudáveis e bons ou doentios e ruins.
Nosso cérebro possui uma capacidade incrível que se chama neuroplastia – capacidade do cérebro de se reorganizar de modo que novas conexões e funções apareçam, ou seja, nosso cérebro tem a capacidade de se reinventar basta que o estimulemos com experiências positivas de forma contínua e repetitiva.
Quando a gente se casa pensamos que o amor, que nossa paixão seria o suficiente para nos manter conectados e próximos. Esta ilusão todos nós temos até o momento que nos casamos. Afinal, se isso fosse verdade casais que se casaram por amor não se separariam. Neste sentido penso que o amor só, não é suficiente para a integridade da relação. Talvez não seja nem o motivador, do contrário ele não acabaria ou se desgastaria. Então o que determina o sucesso ou fracasso do casamento? Você já pensou que podem ser os hábitos que adquirimos, ou seja, os comportamentos repetidos ao longo do convívio que podem destruir ou aprimorar aquele amor que os levou a se casarem?
De acordo com John Gottman, grande pesquisador de casais, pode prever, com 97% de precisão, os casais que provavelmente irão se divorciar, baseado no aprisionamento pelos “Quatro cavaleiros do Apocalípse”: crítica, desprezo, atitude defensiva e incomunicabilidade. Hábitos assim não podem mesmo conduzir casais a uma relação satisfatório por representarem a negatividade e o aprisionamento em atitudes que conduzem ao distanciamento e ao desafeto. Portanto, para um relacionamento ser satisfatório precisamos introduzir hábitos positivos na vida conjugal.
Tudo na vida, não só o casamento, deve ser cuidado, deve ser tratado com zelo, com respeito, com atenção e disciplina. Obviamente com afeto, com amor pois sem amor dificilmente atingiremos nossos objetivos principalmente em se tratando de relacionamento conjugal. Mas só o amor não é o suficiente. É preciso criar e introduzir hábitos que conduzam sempre à conexão e à intimidade; hábitos positivos que estimulem e mantenham vivos a vontade, o afeto e o engajamento do casal em permanecerem um ao lado do outro. Não falo de viagens, férias, sexo semanal e outros passatempos. Claro que precisamos disso também, mas o que realmente fará diferença são hábitos saudáveis praticados todos os dias. Isto será feito à partir de pequenos comportamentos simples e breves. Qualquer coisa muito complicada que demande tempo dinheiro e trabalho demais tipo: entrar numa academia, iniciar uma dieta juntos etc possuem menos chance de acontecer.
Na verdade, trata-se de introduzir pequenas mudanças à rotina diária tipo: dê um abraço de uns 20 segundos no seu parceiro ou parceira no fim do dia ou quando ele chegar do trabalho, ou então, toque seu parceiro/a durante o jantar ou almoço. Provavelmente você sentirá um estranhamento, como se tivesse sendo falso. Mas não importa, faça isso até que se torne uma verdade pra você. Muitos de nossos hábitos como: escovar dentes, tomar 2 litros de água por dia, correr depois do trabalho, iniciaram de forma pouco convicta, meio sem graça como se tivesse forçando a barra não é mesmo? Mas é assim mesmo, para se criar novos hábitos nosso cérebro precisa de tempo para formar novas conexões neuronais, afinal, ele não estava acostumado a isso. Por isso, é necessário a persistência, o engajamento, a decisão de realmente iniciar o ato que precisamos. Não é fácil mas não é impossível.
Devemos ter sempre em mente que para qualquer coisa que se queira realizar na vida é necessário que haja o passo inicial, não adianta saltar. Uma casa para ser construída deve começar pela base e seus alicerces e não pelo telhado.
Até a próxima.
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