Imprimir

O antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro tem uma frase célebre que diz o seguinte: "Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu".

Essa frase nos mostra o quanto milhares de pessoas lutam por uma sociedade melhor e mais justa, enquanto outro tanto mente, usurpa as instituições, apoiam o que está errado para tirar benefício próprio, ou mesmo assumem uma postura mais violenta frente à diversidade.

Para se construir a sociedade em que todos almejam, é necessário observar as escolhas que fazemos em nosso cotidiano, de que lado queremos estar no curso da história das nossas vidas e da sociedade a qual pertencemos? Facilmente encontra-se defeitos no sistema prisional, no trânsito, nas escolas, na política, nas empresas, igrejas e por aí vai.

No entanto cabe a nós e somente a nós termos o discernimento de saber separar o bom do ruim, o verdadeiro do falso e também é tarefa de cada cidadão ter empatia pelo outro que sofre uma injustiça ou que precisa de apoio.

Espanta abrir os jornais e ver políticos, ministros, chefes de instituições dizendo que deveria se matar mais nos presídios, que bandido bom é bandido morto, cabe aqui uma reflexão, que tipo de cidadão deseja a morte do outro? Nossa sociedade não pode tentar ser capaz de resolver seus problemas sem morte ou violência. Será que os ensinamentos de Cristo, Buda, Maomé, Kardec ou qualquer que seja a crença seriam no sentido, pedir a morte de seus irmãos?

O mesmo antropólogo autor da frase acima disse há 20 anos atrás, que se o Brasil não investisse em educação de qualidade iria precisar construir mais presídios e hoje infelizmente isso vem se concretizando.

Estamos iniciando o ano de 2017 e se faz necessário a busca pelo entendimento, pela empatia, pela lucidez, cabe refletirmos se aquilo que desejamos ao outro é aquilo que queríamos que fizessem por nós, pois de violência, acusação vazia, intolerância, xingamento e sentimento de ódio já temos o bastante.