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Teixeira de Freitas: Familiares e amigos de pessoas desaparecidas e executadas em Medeiros Neto (BA), que fica há 56 km de Teixeira de Freitas, se uniram e colocaram três outdoors na cidade, na manhã desta quarta-feira, 02 de março, para cobrar por parte da Polícia Civil a conclusão das investigações.

Foram colocados dois outdoors no trevo vindo de Teixeira e um no início da Ponte no Centro de Medeiros Neto com as fotos de: Gilvan de Souza Campos, o “Piau”; Sadionor Bonjardim Pereira; Diego Dutra Ramos; Robson Ferreira dos Santos; Sílvio Dionísio, o “Silvinho”; e, Elisângela de Oliveira Silva Aguis.

Está escrito nos outdoors: “A Justiça esqueceu de vocês, mas seus amigos nunca. Medeiros Neto quer Justiça!”, pois desde a época dos homicídios e desaparecimentos, que aconteceram entre 2009 e 2015, nenhuma resposta foi dada por parte de investigadores e ninguém foi preso pelos crimes.

Gilvan de Souza Campos, bastante conhecido por “Piau”, morava no bairro São Bernardo, em Medeiros Neto e foi encontrado morto em 19 de agosto de 2015, em um canavial de uma usina, próximo ao entroncamento que liga a BA-290 à cidade de Lajedão. Segundo a perícia, na época, o corpo apresentava sinais de tortura e tiros na cabeça.

Sadionor Bonjardim Pereira, mais conhecido na cidade por Sádi, foi morto em 12 de julho de 2010, quando chegava à sua residência na Praça dos Brinquedos, no bairro Capixaba, em Medeiros Neto. Na época, o delegado titular da Delegacia de Medeiros Neto era o Bel. Kleber Eduardo Gonçalves, e concluiu que dois homens de moto armados com pistolas .380 fizeram a execução, porém, ninguém foi preso.

As demais pessoas do outdoor são desaparecidas que a família acredita terem sido executadas. Como o Diego Dutra Ramos, desaparecido em 2009, na época tinha 17 anos e morava com sua avó em Teixeira de Freitas. De acordo com a avó de Diego, a senhora Eliete Dutra Ramos, o rapaz desapareceu no dia 06 de janeiro, às 21 horas, quando uma guarnição da Polícia Militar o abordou na Rua Mauá e o colocou no fundo da viatura Meriva, tendo sido, segundo ela, acionada a Ranger da Polícia, que levou a bicicleta do menor na carroceria. Desde essa época, ninguém foi preso e o corpo de Diego nunca foi encontrado.

Os outros desaparecidos sumiram na data de 16 de janeiro e, segundo as famílias, esses desaparecimentos têm ligação com o homicídio de Edenilton Batista de Jesus, vulgo “Cabeça”. Sendo eles: Robson Ferreira dos Santos, natural de Itamaraju e residente na fazenda Matias, no Córrego do Salomão, em Itanhém, na época com 17 anos; Sílvio Dionísio, o “Silvinho”, que tinha 22 anos, morador na Rua Nigéria, s/n.º, no bairro Uldurico Pinto; e Elisângela de Oliveira Silva Aguis, de 26 anos, também moradora no bairro Uldurico Pinto, em Medeiros Neto.

Esses jovens estavam com Edenilson na noite anterior que foi assassinado e, assim que Edenilson morreu, os outros desapareceram e ninguém soube dizer para onde tinham ido ou sido levados. Nenhuma resposta por parte da equipe de investigadores de Polícia Civil foi dada às famílias dos desaparecidos, nem sobre os culpados do homicídio de Edenilson.

Por: Petrina Nunes/Liberdadenews