Prado: Conflito entre posseiros e lideranças do MST, no Assentamento “Rosa do Prado”, situado na região do Extremo Sul da Bahia, mais precisamente no município do Prado, geram ameaças de morte, brigas e desentendimento, nas divisões de terras, e opiniões das partes envolvidas. Os posseiros mais antigos, que estão no Assentamento desde a época de sua invasão, há 27 anos, informaram à nossa equipe de reportagem, que eles estão tentando ao longo destes anos, a regulamentação de suas áreas de forma individual, para que possam através de documentos de registro de propriedade, buscarem benefícios para investimentos de sustentabilidade individual e naquilo que cada um quer desenvolver dentro de sua área de direito (adquirida ao longo desses anos).

Ainda segundo os posseiros, pessoas que compõem a liderança do MST nesta região do Extremo Sul não estão de acordo, devido a eles estarem se beneficiando de uma área de mais de 120 alqueirões de terra, que são alugadas para fazendeiros da região, para pastagem de animais bovinos, e que os valores arrecadados, os quais os posseiros ressaltam que são considerados altíssimos ao longo desses vários anos, nunca foram investidos na Reforma Agrária para com os posseiros e nem prestado conta destes valores para ninguém. Além disso, os posseiros denunciam que uma parte da área, sendo em torno de 06 alqueirões, foi vendida para um fazendeiro, que faz extrema em uma parte desta área. Os posseiros alegam que a área total do Assentamento ultrapassa os 300 alqueirões em sua totalidade.

Os posseiros disseram, ainda, que as áreas, que inicialmente foram divididas pelos líderes do MST, não condiz com o que eles têm direito, e que a forma utilizada na época foi apontada aleatoriamente pelos intitulados líderes da ocupação, que destinou para a maioria 10 hectares, o que corresponde a meio alqueirão, mas, tem posseiros com áreas menores, e que na verdade, a divisão deveria ter sido em um alqueirão para cada posseiro (família), sendo que são, em média, 290 cadastrados. O atual vice-presidente da Associação que representa os posseiros, o Senhor Davino Souza, conhecido como “Daviola”, conversou com a nossa equipe de reportagem, que esteve na área em conflito, neste domingo, 05 de janeiro, e ele disse que falaria em nome do presidente, Elinaldo da Silva, que não compareceu por estar sendo ameaçado de morte.

“O nosso Presidente Elinaldo, está sendo ameaçado de morte, tendo que se manter afastado do Assentamento. A nossa luta é para a regulamentação da divisão da nossa área, de forma individual e igualitária, para que possamos obter os nossos documentos de registro através do INCRA, porém, existem algumas pessoas da liderança do MST, sendo eles, Ivanildo Costa, Paulo Cesar (PC), Leandro Dominicini, e o vereador do município de Alcobaça, Gildásio Souza, que estão tentando de toda forma não permitir que as medições sejam realizadas, devido à todas as situações de interesses próprios aqui relatadas anteriormente. Todos nós que estamos na luta dos nossos direitos, fomos ameaçados de morte. O nosso presidente (Elinaldo) e o tesoureiro (Marinaldo) não estão podendo ficar em suas casas, bem como, outros posseiros que já foram avisados que se assinarem qualquer tipo de documentos, que não for feito por eles, irão sofrer as consequências”, explicou o vice-presidente.

“Queremos que as autoridades, por favor nos ajude, antes que aconteça uma chacina aqui na Rosa do Prado, pois, dois jovens, neste sábado, foram agredidos à pauladas ao passarem na frente da Sede do Assentamento, onde os líderes do MST, aqui denunciados, estão com várias outras pessoas, as quais foram trazidas por eles para intimidar e não deixar que as medições sejam realizadas, para que possamos adquirir os nossos registros das nossas áreas no tamanho que temos direito. Não queremos conflito e nem briga com ninguém, somente o que é o nosso por direito, e por isso, iremos lutar até o fim”, concluiu o representante dos posseiros.

A nossa equipe de reportagem, se deslocou até a Sede do Assentamento, e procurou as pessoas citadas na denúncia dos posseiros, os quais foram intitulados como os líderes do MST na região, e conseguimos falar com dois dos quatros citados, sendo o Paulo Cesar, conhecido por “PC”, e o vereador de Alcobaça pelo partido do PT, Gildásio Souza. O Paulo Cesar, ao ser questionado sob o que foi colocado pelos posseiros e seu representante, disse: “Todas essas denúncias que estão sendo feitas não passam de FAKE NEWS. Nós estamos aqui nessa área durante todos esses anos, passamos por 19 desapropriações, resistimos a tantas coisas, na luta da conquista dessa área. Somos a favor sim, do título do registro das terras, tanto que estivemos no INCRA recentemente, cobrando da superintendência, para que mande representantes para discutir com as lideranças do movimento que estão aqui desde o início, como será feito, e como serão distribuídas aos posseiros”, explicou PC.

“Porém, eles estão falando que o INCRA veio fazer a medição da área para distribuição dos registros de propriedade, mas é mentira, quem veio foi uma empresa que foi contratada para fazer a medição de toda a área, e não para realização das divisões individuais, conforme publicação no Diário Oficial, no qual encontramos uma irregularidade. O pedido feito para contratação dessa empresa foi solicitado por outra Associação que não tem nada a ver com o nosso movimento. Na questão da área alugada, é verídico, porém, nós da liderança não pegamos em dinheiro, o valor arrecadado é para fortalecimento da Reforma Agrária no Assentamento, e outras melhorias mais”, acrescentou.

“Já no episódio dos rapazes, que falaram que foram agredidos aqui na frente do Assentamento, é outra inverdade. O que eu fiquei sabendo é que estes rapazes teriam caído com a motocicleta aqui na frente da Sede, por conta que estava filmando com um celular o pessoal. Em seguida eles correram para dentro do pasto, posteriormente, deixando a motocicleta e o referido celular para trás. Já referente às ameaças, também é outra mentira desse grupo de pessoas, que formaram uma comissão de forma irregular, e realizaram uma nova eleição da Associação sem cumprir o que rege o Estatuto, o que levou a diretoria por direito, a entrar na Justiça, fato que será julgado nos próximos dias”, finalizou PC, se defendendo e defendendo os demais militantes do MST.

Já o vereador Gildásio Souza, usou o seu direito de defesa, dizendo: “Estão usando o meu nome nisso tudo por questões simplesmente políticas. Eu também sou um posseiro, e estou na luta junto com todos para que possamos obter o nosso registro de propriedade. Eu nunca ameacei ninguém, pelo contrário, o que eu faço aqui como representante do povo, é ajudar todos que mim procuram, e vou defender aquilo que será bom para todos, e não para um pequeno grupo que estão liderando essas pessoas, as quais estão sendo manipuladas pelos interesses deles. Continuarei firme na minha caminhada defendendo o que é certo, e não o que é de interesse de uma pequena minoria”, argumentou o vereador.

Diante dos fatos, foi constatado que a cerca da área destinada para arrendamento, realmente foi cortada, e, que o gado que estavam na referida área, estimados em 1500 cabeças, foram para dentro do eucalipto das empresas de celulose, que ficam no entorno, mas foram retirados pelos proprietários, sem prejuízos, segundo informações. Policiais da CIPE/CAEMA estão em patrulhamento contínuo naquela área para tentar assim, evitar uma possível tragédia anunciada, diante do conflito existente entre os posseiros e representantes do MST com seus liderados. “Uma tragédia pode acontecer se não houver uma intervenção das autoridades competentes, perante o INCRA. Ou irão esperar acontecer para depois resolverem? Lembrando que estamos falando de vidas que poderão se perder, e não de terras, que serão divididas mais cedo ou mais tarde”, disse um posseiro.

Por: Cloves Neto/Liberdadenews  

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