A onda Radcliffe é uma estrutura de gás coesa em forma de filamento encontrada em nossa galáxia
Uma vasta estrutura, composta por vários "berçários de estrelas" interconectados, foi localizada em nossa galáxia por astrônomos.
O longo filamento de gás tem 9.000 anos-luz de comprimento e 400 anos-luz de largura e fica a cerca de 500 anos-luz do Sol, o que é relativamente próximo em distâncias astronômicas.
A estrutura foi batizada como onda Radcliffe, em homenagem ao Instituto Radcliffe para Estudos Avançados da Universidade de Harvard, nos EUA.
"O que observamos é a maior estrutura de gás coesa que conhecemos na galáxia, organizada não em forma de anel, mas de um filamento maciço e ondulado", disse um dos membros da equipe científica, Joao Alves, da Universidade de Viena (Áustria) e Harvard.
A estrutura fica no braço espiral (os alongamentos das galáxias do tipo espiral) mais próximo ao nosso sistema solar.
A equipe usou dados do telescópio europeu Gaia, que foi lançado em 2013 com o objetivo de medir com precisão a posição, distância e movimento das estrelas em nossa galáxia.
Muitos dos pontos em que estrelas nascem na onda de Radcliffe eram antes considerados parte de uma estrutura chamada Cinturão de Gould, que tem cerca de 3.000 anos-luz de largura e foi descrito pela primeira vez em 1879.
O telescópio Gaia foi lançado em 2013 e tem como missão coletar informações mais precisas sobre as estrelas de nossa galáxia.
O novo estudo da Nature transfere essa função de ser o local de nascimento das estrelas, que antes pensava-se estar no cinturão Gould, para a recém-descoberta onda Racliffe.
Repensando a estrutura 3D da Via Láctea
Alyssa Goodman, membro da equipe e persquisadora de Harvard, comentou: "Ficamos completamente chocados quando percebemos o quanto a onda Radcliffe é longa e reta, olhando-a de cima".
"A própria existência da onda está nos forçando a repensar nossa compreensão da estrutura 3D da Via Láctea".
Todas as estrelas do Universo, incluindo o nosso Sol, são formadas quando nuvens de gás e poeira sofrem um colapso gravitacional.
Mas calcular a massa das nuvens e o tamanho delas tem sido difícil, porque fazer isso depende de quão longe as nuvens estão.
Os resultados estão sendo apresentados na 235ª reunião da Sociedade Americana de Astronomia no Havaí.
Fonte: BBC News