Levantamento com 4.272 redes pelo país aponta que 60% delas ainda não desenvolveu protocolos sanitários para receber os estudantes e 11% têm data para reabrir as salas de aulas.
A maior parte das redes municipais de ensino ainda não tem data para voltar às aulas presenciais, de acordo com uma pesquisa feita pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação com Itaú Social e Fundo das Nações Unidas (Unicef), divulgada nesta quarta-feira (9).
Ao todo, 3.769 redes ainda não sabem quando vão reabrir as escolas. Elas são responsáveis por 13,3 milhões de matrículas da educação infantil (creche) até o 9º ano do ensino fundamental, incluindo a educação de jovens e adultos. Segundo especialistas, são as crianças que estão enfrentando maior dificuldade para acompanhar as aulas remotas, porque ainda não dominam as tecnologias e têm maior dificuldade de concentração e estímulo.
A pesquisa também mostra como está a preparação das redes para a reabertura das escolas e como elas estão oferecendo o ensino remoto durante a suspensão das aulas presenciais (leia mais abaixo).
Os dados foram coletados entre 7 e 18 de agosto. Das 5.570 redes municipais de ensino, 4.272 (77%) responderam à pesquisa. Elas representam 16,2 milhões de alunos, ou 79% do total de matrículas das redes municipais do Brasil.
Volta às aulas presenciais
Segundo a pesquisa, 1.695 redes (39,6%) afirmaram que já estão desenvolvendo protocolos de retorno ou já estão com os estudos concluídos.
Outras 2.577 (60,3%) ainda não começaram a fazer seus protocolos. Entre elas, 1.310 redes afirmaram que vão adotar os padrões de seus estados.
Entre as 471 (11%) que afirmaram ter uma data para voltar às aulas presenciais, 252 planejam reabrir as escolas até o fim deste mês; 166 no mês que vem; 42 em novembro e 2 em dezembro.
Essas redes municipais que já tem uma previsão de data para reabrir as escolas atendem a:
Aulas remotas
Quase todas as redes municipais de ensino afirmaram adotar algum tipo de atividade remota durante a suspensão das aulas presenciais. Ao todo, 4.414 (96%) dizem que estão oferecendo alguma forma de aprendizagem, enquanto 158 redes (4%) confirmaram estar sem aulas ou atividades. Na pesquisa anterior, feita em maio, 40% das redes afirmaram estar sem atividades remotas.
Quase todas as redes que responderam à pesquisa afirmaram que combinam estratégias online e offline para as aulas remotas.
Em 3.593 redes municipais de ensino (84%), os educadores mesclam uma estratégia de atividade impressa ou TV educativa com outras abordagens via internet, como plataformas de conteúdo, aulas gravadas ou aulas ao vivo. Em outras 460 redes usam exclusivamente ações educativas sem uso da internet.
Fonte: G1