Apenas 6% de todas as bonecas fabricadas no Brasil são negras

A falta de representatividade nos brinquedos comercializados no Brasil é grande. Apenas 6% de todas as bonecas fabricadas no País são negras, segundo pesquisa da campanha “Cadê Nossa Boneca?”, divulgada neste mês pela organização social Avante. Isso significa que a cada 100 modelos de bonecas produzidos pela indústria brasileira de brinquedos, apenas 6 representam pessoas negras.

É na infância onde as crianças começam a descobrir, entender o seu espaço e a se reconhecer com parte da sociedade. Nesse contexto, a brincadeira pode não ser tão inocente quanto se pensa quando a representatividade não contempla a todos.

Continua depois da publicidade

Para a psicóloga e publicitária Mylene Alves, uma das idealizadoras da campanha “Cadê nossa boneca?”, a representatividade na infância é algo essencial, pois nesse período tem-se a formação da nossa identidade.  Conforme explica a profissional, a representatividade no ato de brincar na primeira infância deve propiciar que a criança descubra o que é a sociedade que ela compõe. “A boneca, no caso, é um exemplo que representa os seres humanos, as pessoas. Idealmente, o contexto do brincar está inserido na sociedade brasileira que hoje contém 56% da população autodeclarada negra. É inadmissível, portanto, que essas bonecas não correspondam à sociedade”, destaca.

A psicóloga pontua que na escola mais do que falar sobre valores e ensinar, a demonstração é crucial. “A força das atividades lúdicas deve fazer parte do ensino. Ter ferramentas que possam simular esse processo de forma mais concreta é ainda mais importante. Acredito que a boneca negra se encaixe como importante ferramenta no contexto do brincar, na comunidade que as crianças fazem parte”, afirma Mylene.

A falta dessa construção representativa na infância reflete também na vida adulta e no mercado de trabalho, ainda muito carente de ações de inclusão afirmativa. Em setembro deste ano, a rede varejista Magazine Luiza anunciou seu programa de Trainee exclusivo para pessoas negras. A iniciativa virou alvo de polêmica e ação judicial, mas a rede se pronunciou dizendo:

“Estamos absolutamente tranquilos quanto a legalidade do nosso Programa de Trainees 2021. Inclusive, ações afirmativas e de inclusão no mercado profissional, de pessoas discriminadas há gerações, fazem parte de uma nota técnica de 2018 do Ministério Público do Trabalho”, escreveu a Magazine Luiza em sua rede social.

A psicóloga Mylene Alves vê a atitude da rede varejista como forma de inclusão afirmativa. “É uma questão de percepção e entendimento do racismo estrutural que faz com que negros e negras no país não tenham a capacidade de se sentir aptos a concorrer a uma vaga. O programa mudou não por marketing, mas porque entendendo que não havia diversidade suficiente na empresa, algum fator para a entrada de mais negros era necessário.”

 

A importância da representatividade

A cantora e advogada Dinha Dórea, 34, mãe do Francisco, de 10 anos, teve a sua primeira Barbie negra trazida dos Estados Unidos, já que no Brasil a sua mãe não conseguia encontrar. “Ela veio toda vestida de roupa africana e eu não me sentia representada, até mesmo porque não sou africana. Depois de um tempo consegui uma Barbie negra, mas também não foi comprada no Brasil”, conta.

As festas de aniversário da Dinha eram temáticas, de chapeuzinho vermelho, cinderela, mas negras. “Minha mãe ia no buffet e pedia para as personagens serem pintadas de preta. Sempre foi assim, ela falava que eu era a princesa dela”, relembra.

Na escola do seu filho Francisco, a advogada já percebe que a abordagem da temática racial está mais presente. “Já teve palestras, conversas com pais e sempre é necessário ter mais”, afirma.

Ao contrário dela, a comunicóloga Caroline dos Santos não viveu a representatividade na sua infância e cresceu se questionando. “Eu tinha Barbies, Pollies, mas elas não representavam de forma alguma a minha pele, então eu não conseguia me ver nas bonecas. Enquanto muitas outras meninas chamavam as bonecas de filhas ou irmãs, eu chamava de colega porque eu sabia que ela não fazia parte do meu círculo por não se parecer comigo”.

Carol conta que a falta dessa abertura na infância trouxe consequências para a sua vida adulta. “Impactou a longo prazo, em todas as minhas escolhas. Adulta é que percebo como fez falta não ter essa abertura, esses brinquedos”, reflete.

 

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

IF Baiano abre mais de 2.400 vagas de nível médio integrado à

O Instituto Federal Baiano (IF Baiano) vai abrir processo seletivo para o ingresso de mais 2.400 estudantes nos cursos técnicos integrados ao

Alunos e funcionários de Escola Municipal em Caravelas passam mal

Caravelas: Estudantes e funcionários da Escola Municipal Militar de Caravelas, localizada no distrito de Rancho Alegre, passaram mal na manhã de

Papelaria Escolar reinaugura sua mais nova loja após 10 anos de

Teixeira de Freitas: Na manhã desta quarta-feira, 25 de julho, a cidade de Teixeira de Freitas celebrou a inauguração da mais nova loja da

PESTALOZZI DE TEIXEIRA DE FREITAS E CHILDFUND BRASIL OFERTAM CURSOS

A Pestalozzi Teixeira de Freitas, em Parceria com a ChildFund Brasil tem desenvolvido ações para proteção de crianças e adolescentes

Governo Lula se reúne com reitores e deve anunciar PAC universidades

Em meio à greve dos docentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne, na manhã desta segunda-feira (10), com reitores das

Inscrições para Enem 2024 começam nesta segunda-feira

O período de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 começa nesta segunda-feira, 27, e segue até 7 de junho. A

BA: mulheres representam 30% dos condutores e são mais responsáveis

A Bahia conta com quase 3 milhões de habilitados, e apesar de uma população feminina maior – cerca de 53%, apenas 30% são delas são

Potencializando a educação: Convertendo PDF para Word com

Em um cenário educacional cada vez mais digitalizado, a capacidade de poder converter documentos de PDF para Word se tornou uma habilidade essencial

SiSU: UFSB oferece 2.132 vagas em Porto Seguro, Itabuna e Teixeira de

Teixeira de Freitas: Nessa edição do SiSU, a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) está ofertando 2.132 vagas em 50 cursos paras as

UFSB lança Processo Seletivo 2024 com métodos inovadores de

As inscrições para o Processo Seletivo de Cursos de Graduação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) começaram quinta-feira (4),

Mucuri novembro azul