O Bahia já reclamou muito do árbitro de vídeo. Se com razão ou não, é discutível.Neste domingo, porém, teve motivos apenas para agradecer pela existência do VAR, que enxergou dois pênaltis ignorados inicialmente pelo árbitro de campo.
Com isso, o time conseguiu arrancar do Palmeiras um empate por 2 a 2, em São Paulo. Apesar de ter ficado por mais de 40 minutos com um jogador a mais, o contexto caótico do jogo fez o empate ficar de bom tamanho para o Esquadrão.
O resultado leva a equipe aos 20 pontos, a quatro de distância da zona de classificação à Libertadores. O próximo desafio do Bahia é no domingo que vem, frente ao Goiás, às 16h, na Fonte Nova. Já o Palmeiras se mantém em segundo, com 29 pontos, três abaixo do Santos. No sábado, visita o Grêmio às 21h.
Parecidos
Em um duelo de equipes que usam estratégias parecidas, com disposição e organização na defesa e velocidade na transição para os contra-ataques, o equilíbrio reinou nos minutos iniciais. O Bahia até finalizou primeiro, com Gilberto após cobrança de escanteio de Lucca, antes de o relógio dar um giro completo. O Palmeiras respondeu na ação inaugural de Luiz Adriano com a camisa alviverde, aos 11 minutos. Ele recebeu lindo cruzamento de Gustavo Scarpa, de trivela, e cabeceou para fora.
Com maior posse de bola, o Esquadrão mostrava postura corajosa. Apesar de mantida a ideia de se lançar ao ataque de maneira reativa, o time invadia com frequência o campo de defesa palmeirense.
No entanto, o cenário mudou após o gol de abertura do placar, originado de dupla falha do lateral Moisés aos 13 minutos. Ele foi desarmado na intermediária defensiva por Dudu, que abriu para Scarpa e entrou na área. O meia canhoto cruzou e Moisés, ao tentar cortar a bola, desviou contra a própria meta. Douglas defendeu, mas, no rebote, Dudu empurrou para a rede. A partir daí, o Bahia caiu bastante, e poderia ter sofrido mais gols. Aos 17, Scarpa cobrou escanteio e Felipe Melo testou com perigo. Quatro minutos mais tarde, Marcos Rocha recebeu na área, mas chutou torto.
O Esquadrão interrompeu um pouco a sequência de chances do Palmeiras num ótimo contra-ataque puxado por Élber, aos 26. Ele roubou bola de Dudu, avançou e deixou Gilberto na cara do gol. O camisa 9 driblou o goleiro, mas finalizou em cima do defensor.
Lance isolado. Depois, Douglas trabalhou bem em chutes de Luiz Adriano, aos 33, e de Scarpa, aos 40. O domínio palmeirense era total, mas a situação mudaria graças à expulsão de Felipe Melo nos acréscimos da primeira etapa, por cotovelada em Lucca.
Assim, o Bahia se viu obrigado a partir para cima no tempo complementar, o que deu resultado logo no início. O atacante Arthur Caíke, que havia entrado no lugar do meio-campista Giovanni, teve uma cabeçada interceptada pelo braço de Diogo Barbosa. Após conferir no monitor, o árbitro assinalou o pênalti, que Gilberto converteu aos sete minutos.
Com um a mais, não era exagero pensar numa virada tricolor. Mas foi esse pensamento que fez o Palmeiras voltar a ficar em vantagem. Muito exposto, o Bahia deixou o visitante se reanimar. Chegou bem em contra-ataques, mas marcou mesmo numa cobrança de lateral, aos 12 minutos. A defesa cochilou e Marcos Rocha arremessou na cabeça de Dudu, que primeiro parou em Douglas, mas depois aproveitou a sobra.
Mais uma vez, o Esquadrão sentiu o gol. E perdeu rendimento. Só que o árbitro de vídeo voltaria a agir, e fez justiça, para alegria do Bahia. Após ignorar entrada de Luan em Arthur Caíke na área, o árbitro foi chamado para ver o replay na telinha e apontou para a marca da cal. Gilberto cobrou aos 39 e chegou ao seu 22º gol em 2019, igualando-se ao flamenguista Gabigol como maior artilheiro do Brasil no ano.
Revoltado pelas decisões da arbitragem, o Palmeiras se desequilibrou e não teve forças para buscar o triunfo, mesmo com a expulsão de Gregore e os 10 minutos de acréscimo.
Fonte: Atarde