Teve fim o sonho da primeira medalha de ouro olímpica para o futebol feminino nas Olimpíadas de Tóquio. Após um jogo tenso, disputado e que apresentou problemas de criação, o Brasil empatou em 0 a 0 com o Canadá, pelas quartas de final.
Se no tempo normal, o Brasil teve dificuldades para criar, na prorrogação conseguiu jogar melhor e esteve muito perto de abrir o placar. Ainda assim, parou na defesa canadense e a definição da vaga foi para os pênaltis.
Na disputa das penalidades máximas, a criticada goleira Bárbara defendeu a primeira e Marta deixou o Brasil na frente. Mas nas duas últimas cobranças, Andressa Alves e Rafaelle pararam na goleira canadense Stephanie Labbé.
O jogo
Cada seleção teve uma grande chance, com Debinha (aos 40 minutos) perdendo cara a cara diante da goleira Labbé e Vanessa Gilles, de cabeça, que acertou o travessão de Bárbara no segundo tempo.
Com Marta longe de seu melhor nível e do gol nesta partida, o Brasil teve que apostar em Debinha, jogadora que mais tentou até o final da prorrogação, e Ludmila, que entrou no lugar de Beatriz e aproveitou a velocidade para criar muitos perigos para a defesa canadense.
Depois de uma prorrogação em que o Brasil, comandado pela técnica Pia Sundhage, buscou mais o gol, vieram os pênaltis, onde Christine Sinclair começou perdendo a sua cobrança. Logo em seguida Marta cobrou bem a primeira e deixou o Brasil em vantagem.
Depois das duas capitães, foi a vez de Jessie Fleming, Debinha, Ashley Lawrence, Érika e Adriana Leon, que converteram suas respectivas cobranças, até a vez de Andressa.
A camisa 21, que havia entrado na prorrogação no lugar de Duda, chutou no canto esquerdo mas Stephanie Labbé defendeu.
Vanessa Gilles converteu a sua e a responsabilidade ficou nos pés de Rafaelle. A brasileira chutou no mesmo canto que Andressa e a goleira se tornou a heroína canadense, espalmando de novo.
A líder da seleção brasileira, a craque Marta, manteve a cabeça erguida, apesar de mais uma decepção em olimpíadas. "Peço para as pessoas não apontarem o dedo para ninguém, se tiver que apontar para alguém apontem para mim, já estou acostumada", disse a craque de 35 anos logo após a derrota, em entrevista à Rede Globo.
"O futebol feminino não acaba aqui. O futebol feminino continua. E espero que as pessoas tenham essa consciência", garantiu ela.
A capitã brasileira deixa Tóquio como a única jogadora a balançar as redes em cinco edições dos Jogos Olímpicos.
Com 13 gols marcados em todas as olimpíadas que disputou, ela não conseguiu superar a compatriota Cristiane, que marcou 14.
Com esta vitória, o Canadá espera seu adversário de segunda-feira, que sai do confronto desta sexta-feira entre Estados Unidos e Holanda, para brigar por uma vaga na grande final.
As canadenses lutam por medalhas pelo terceiro evento olímpico consecutivo, depois dos bronzes em Londres-2012 e Rio-2016.
A outra semifinal será disputada entre Austrália e Suécia.
Nas quartas de final, as australianas derrotaram a seleção da Grã-Bretanha por 4-3 (2-2 no tempo normal e 2-1 na prorrogação), enquanto as suecas venceram o Japão por 3-1.
Fonte: Atarde