Bahia: Só este ano, 19 baleias jubarte foram encontradas encalhadas no Brasil, sendo que nove na Bahia, segundo dados do Projeto Baleia Jubarte. Os atuais números colocam o estado mais uma vez como líder de ocorrências, seguido por Rio Grande do Sul (3), Rio de Janeiro (2), Paraná (2), Espírito Santo (1), Alagoas (1) e São Paulo (1).
Além disso, o projeto aponta que, entre o período de 2002 a 2018, a Bahia se tornou o maior estado com casos desta categoria, liderando o encalhe por 13 anos. A explicação para este acontecimento, de acordo com o veterinário Milton Marcondes, é o fato da Bahia possuir um dos maiores litorais do país.
Destes 19 casos, cinco eram filhotes, oito juvenis, três adultos e outras três – devido ao estado de decomposição – não tiveram como ter a idade confirmada. Três encalharam com vida, sendo que duas não resistiram e outra voltou para o mar.
Mais vistas no período entre junho e setembro, as jubartes retornam à Antártica - continente antártico - entre os meses de outubro e novembro em busca de alimentos, onde ficam por aproximadamente quatro meses.
"Passando esse tempo, elas migram para o Brasil para acasalar e ter seus filhotes. Elas não conseguem ter lá por causa da água, que é muito fria. Os filhotes não suportariam a temperatura da Antártida. Diferente do Brasil, que podem parir à vontade. Aqui, eles nascem magrinhos, mas bem protegidos das ondas e com água mais rasa", explicou Milton.
Maior parte das baleias que encalha já chega sem vida por conta da alimentação e das fortes ondas. "Quase 90% que chegam na praia já estão mortas, principalmente se forem filhotes, que, por algum motivo, foram separados das mães. Eles se alimentam de leite e ainda não têm o sistema imunológico desenvolvido, além de estarem sujeitos a ataques de tubarões."
As baleias jubarte vivem em média de 50 a 60 anos e têm uma cria a cada gestação, que dura em torno de 11 meses.