Filme repete a velha fórmula, mas começa nova fase, mostrando que a franquia ainda tem muito combustível para queimar em cenas de ação mundo afora
Em 2013, a franquia Velozes e furiosos, uma das mais bem-sucedidas de Hollywood, com seis filmes lançados até então, sofreu uma baixa terrível e supostamente irreversível. O astro Paul Walker, um dos protagonistas da trama, morreu quando o porsche guiado por um amigo bateu em um poste e pegou fogo, com o ator no banco do passageiro. Walker participava de um evento beneficente na Califórnia, fazendo justamente aquilo que o tornou mundialmente adorado por fãs de ação e velocidade em todo o mundo.
O que poderia determinar o fim acabou dando um novo impulso à série. O sétimo filme, lançado em 2015, tornou-se a sexta maior bilheteria da história do cinema, em boa parte em razão da comoção pela morte de Paul Walker, que havia gravado apenas metade das cenas. Nesse embalo, eles continuam seguindo em frente e acelerando.
Velozes e furiosos 8 estreia hoje nos cinemas, repetindo a velha fórmula, mas iniciando uma nova fase e mostrando que a franquia ainda tem muito combustível para queimar em cenas de ação explosivas em diferentes cidades do mundo.
É a primeira vez que Walker não aparece. No último longa, lançado após o acidente fatal, o roteiro foi alterado e suas cenas incluídas para que seu personagem, o ex-policial Brian O’Connor, encerrasse sua participação na saga de corridas clandestinas e missões especiais. Agora, Brian está aposentado e Vin Diesel se torna a estrela solitária, na pele do poderoso Dom Toretto. No entanto, nesse novo enredo, Toretto também começa a história afastado da ação, curtindo sua lua de mel em Cuba, ao lado da companheira Letty (Michelle Rodriguez).
Tudo está tranquilo para o novo casal, que curte as belas paisagens da capital, Havana, caprichosamente mostrada em tomadas aéreas e planos abertos, valorizando o cenário que voltava a fazer parte do imaginário norte-americano, logo a após a reaproximação promovida pelo ex-presidente Barack Obama, em seus últimos anos de mandato. É a primeira superprodução hollywoodiana rodada na ilha em pelo menos cinco décadas.
A ILHA
Embora tente valorizar aspectos da cultura local, inclusive nos diálogos, vários clichês da visão estadunidense são explorados: o ritmo do reggaeton, charutos, mulheres curvilíneas em trajes mínimos e, como não poderia faltar em Velozes e furiosos, os carrões antigos.
A onda de paz que cerca Toretto é tamanha que nem quando resolve encarar uma corrida contra um gângster folgado para proteger seu primo ele sai do sério. Na cena em questão, para o delírio ou o desespero dos apaixonados por motores, em vez dos lamborghinis e porsches, são modelos da década de 1950 a voar baixo pelas ruas de Havana. O sossego do personagem de Vin Diesel só é interrompido quando uma vilã misteriosa aparece com uma grave ameaça chantagista, capaz de fazê-lo trair seus ideais e amigos em uma nova missão ao lado dela.
Interpretada por Charlize Theron, novata na franquia, Cipher é uma mistura de hacker com terrorista, fria, inescrupulosa e disposta a controlar um arsenal nuclear para ter as maiores potências globais em suas mãos. Para detê-la, a antiga equipe de Toretto, liderada pela oficial Luke Hobbes (Dwayne Johnson) e comandada pelo agente secreto da CIA Senhor Ninguém (Kurt Russell), volta à ativa, disposta também a entender o que levou o amigo a mudar de lado e trazê-lo de volta.
A missão tem como cenário as ruas de Nova York e uma planície gelada na Rússia, cujas cenas foram, na verdade, gravadas na Islândia. Como de praxe, os heróis usam os carros superpotentes para desafiar soldados e gângsteres e poderosos arsenais.
Curioso é que, na vida real, Diesel e Johnson, popularmente conhecido como The Rock, também andaram se estranhando algumas vezes desde as filmagens e em alguns eventos de lançamento do filme nos Estados Unidos. Segundo publicações locais, em uma festa realizada recentemente, eles tiveram que ser separados para não chegar às vias de fato. Posteriormente, os dois foram a público esclarecer que, apesar de possuírem suas diferenças relativas ao modo de trabalhar, eles se gostam e se respeitam. Vale lembrar que, além de astro principal, Van Diesel é também o produtor do filme.
TRILOGIA
A ideia é que esse oitavo longa da série seja o ponto de partida para uma nova trilogia, em que a equipe formada pelos já conhecidos Toretto, Hobbs, Letty, Tej, Roman e Megan encara outro tipo de inimigo. No entanto, apesar dos novos rumos e do triste desfalque de Brian, a fórmula que conquistou fãs ao longo dos últimos 16 anos continua. Não faltam explosões, pegas, perseguições, carros voando e motores turbinados com nitro. Quem continua de fora é o compromisso com a realidade, com os principais personagens pulando de veículos em movimento a 240 km/h e saindo sem nenhum arranhão, entre outras peripécias que devem ter tirado o fôlego dos dublês para ser filmadas.
Mesmo que não consiga bater a marca de US$ 1,5 bilhão faturados pelo filme anterior, Velozes e furiosos 8 vem para comprovar que o projeto segue em frente, mesmo sem Walker. De maneira muito sensível, o roteiro do novo lançamento faz uma homenagem emocionante ao astro, mostrando que, de alguma forma, Brian estará sempre presente. A sequência Velozes e furiosos 9 já está sendo produzida pela Universal Pictures e tem lançamento previsto para 2019. O décimo, e talvez último, filme deve sair em 2021.
INÍCIO DA ESTRADA
Velozes e furiosos tem sua trama arquitetada no universo das corridas automotivas de rua nos EUA. Uma prática real e clandestina no país, caracterizada por todo um universo particular de regras e poder. No primeiro filme, lançado em 2001, o policial Brian O’Connor (Paul Walker) tem a missão de se infiltrar no submundo das corridas de Los Angeles para capturar criminosos que participaram dos rachas.
No entanto, seu envolvimento secreto acaba passando dos limites e ele se apaixona por Mia Toretto (Jordana Brewster), irmã de Dom (Vin Diesel), o que acaba fazendo com que ele mergulhe ainda mais nesse universo.
Depois de viverem alguns conflitos, eles formam uma equipe e acabam do mesmo lado, usando as habilidades (e a falta de juízo) ao volante e os motores superpotentes para combater o crime organizado ao redor do mundo. As seis sequências incluem missões em Tokyo, Londres e até no Rio de Janeiro, no quinto filme, chamado Velozes e furiosos: Operação Rio.
A FRANQUIA
Confira os lançamentos até aqui:
Velozes e Furiosos (2001)
+Velozes furiosos (2003)
Velozes e furiosos: Desafio em Tóquio (2006)
Velozes e furiosos 4 (2009)
Velozes e furiosos 5: Operação Rio (2011)
Velozes e furiosos 6 (2013)
Velozes e furiosos 7 (2015)
Velozes e furiosos 8 (2017)
Fonte: Uai Noticias