Sem detalhar a causa da morte, agente do ator que esteve em mais de 200 produções confirmou a informação para a BBC
Ator em quase 250 produções, ao longo de carreira que atravessou seis décadas, o francês Michael Lonsdale morreu, aos 89 anos, na casa mantida em Paris. A última participação nas telas foi modesta, no filme Sculpt (2016), mas em nada apagou a projeção do artista que trabalhou com cineastas como François Truffaut, Luis Buñuel, Louis Malle e Fred Zinnemann. Talento apadrinhado pelo diretor belga Raymond Roleau, Lonsdale era poliglota, tendo como pai um oficial do Exército Britânico e mãe francesa. Ainda que relutasse a entrar o circuito de produções de alto orçamento de Hollywood, o ator integrou, na pele do vilão Hugo Drax, o longa 007 contra o foguete da morte (1979).
Alguns dos grandes êxitos nas telas foram colhidos em filmes oitentistas como Carruagens de fogo e O nome da rosa. Na evolução da carreira, sete anos depois da estreia em meados dos anos 50, Lonsdale trabalhou com Orson Welles na adaptação de O processo (1962). Curiosamente, o artista teve ligação forte com o cinema latino-americano, tendo sido corroterista de Mora (1982), em torno de um jornalista que presencia assassinato, e, num momento de brilho, o ator estrelou ao lado de Irene Papas e Claudia Ohana, o longa Erêndira, assinado por Ruy Guerra.
Dois outros momentos de destaque derivaram indiretamente do entrosamento de Lonsdale com o movimento de Renovação Carismática Católica: ele interpretou o Papa visto no filme de Steven Spielberg Munique (2005), além de ter conquistado o único prêmio César (o principal do âmbito francês) em papel religioso que dá cerne ao drama do enredo de Homens e deuses (2010). A causa da morte do artista não foi divulgada.
Fonte: Correio Braziliense