Crime aconteceu perto da casa da vítima, na Federação, quando ele ia trabalhar
Uma execução. É o que diz a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre a morte do produtor da TV Record José Bonfim Pitangueiras, 43 anos, baleado várias vezes na manhã desta sexta-feira (09), no bairro da Federação, onde morava. Ele estava a caminho do trabalho quando foi surpreendido por dois homens encapuzados.
Segundo a SSP, Bonfim, como era conhecido pelos colegas, sofreu mais de 10 perfurações e não teve nada levado pelos criminosos, o que fortalece a hipótese. A SSP disse também que acompanha o caso de perto, determinando prioridade ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“A gente está levantando informações sobre o perfil da vítima, ouvindo parentes e vizinhos, estamos com a metade de nossa equipe concentrada neste caso”, diz a diretora do DHPP, a delegada Andrea Ribeiro. A SSP disse ainda que equipes da Superintendência de Inteligência (SI) estão dando apoio à investigação.
Crime
O crime aconteceu na Rua Manoel Marques, atrás da Escola Via Mágica. Os vizinhos disseram que bem cedo um Palio branco com dois homens estava parado próximo à casa de Bonfim. Entre 7h30 e 08h, o produtor saiu para trabalhar. Como sempre, pelo fato de morar próximo à emissora, o produtor foi a pé.
Bonfim foi baleado pelas costas. “Os caras saíram do carro já encapuzados e atirando. Ele tentou correr, mas caiu em frente à casa da vizinha. Pegaram ele na covardia”, contou o primo da vítima, Danilo Pitangueiras. Bonfim morreu no local.
Há uma semana, Danilo havia conversado com o primo, que estava de bem com a vida. “Ele estava muito feliz. Se tivesse acontecendo algum problema sério, teria comentado comigo porque sempre conversávamos de tudo. Ele era um cara que vivia para a família”, disse Danilo.
Bonfim deixou uma esposa e um filho de 10 anos. Ainda não há informações quanto ao enterro do produtor.
Calibre
As armas usadas no crime partiram de pistolas calibre 9 mm, conforme cápsulas coletadas pelos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) durante o levantamento cadavérico.
Até pouco tempo, esse tipo de arma era usada somente pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Exército Brasileiro, além do Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar – as demais unidades de segurança do estado da Bahia fazem uso da pistola ponto 40.
De acordo com a SSP, tem sido mais frequente o uso da pistola 9mm em ocorrências criminosas, com facilitação do acesso às armas pelo governo federal.
Saudade
Nascido na cidade de Aurelino Leal, no sui da Bahia, Bonfim veio para Salvador com 13 anos. Desde cedo, trabalhou em várias produtoras e há 10 anos fazia parte do quadro de funcionários da TV Itapoan/Record. Na emissora, produziu diversos trabalhos nos extintos programas Bom Demais e a Bahia Que A Gente Gosta. Versátil, Bonfim saiu do entretenimento para trabalhar com a equipe do jornalismo, onde estava até hoje. Seu trabalho era mais como produtor externo, dando apoio às matérias dos repórteres.
O CORREIO conversou com alguns colegas de Bonfim. “Estamos todos sem chão. Era uma pessoa maravilhosa, um profissional incrível. Ajudava a gente em tudo. Todos os dias a gente tinha uma rotina, eu, ele e outro colega. Sempre o que a gente pedia, ele fazia. Nunca tinha tempo ruim para ele. Enfim, vou orar muito pela família dele, pedir muita paz e força, porque eles estão precisando nesse momento tão difícil e ele vai deixar saudade. É uima pessoa que estará no meu coração para sempre”, lamentou uma jornalista da emissora.
Ele será lembrado como um colega proativo. "Bonfim era uma pessoa tranquila, alto astral, um cara sempre família, sempre comentava as viagens com a esposa, falava muito do filho, tinha uma ligação bastante forte com o menino. Era um colega muito proativo, muito ágil e eficaz no que fazia. Era uma pessoa inquieta, no sentido de sempre estar buscando ajudar todo mudo. Ele deixa saudade”, disse outro jornalista.
Fonte: Correio24h