A Globo fechou os três primeiros meses deste ano com um lucro líquido de R$ 1,3 bilhão, segundo números preliminares. O montante representa uma nova fase nos resultados financeiros da empresa, que fechou o ano passado com um prejuízo de R$ 173 milhões, o primeiro de sua história. Os dados oficiais serão divulgados em maio, após a conclusão dos processos de auditoria.
O caixa da Globo ultrapassou R$ 15 bilhões em janeiro, valor quase três vezes maior que a dívida, o que traz uma perspectiva positiva para a companhia. As dificuldades enfrentadas pela emissora em 2021 se deram principalmente em decorrência dos custos com competições esportivas canceladas e despesas relacionadas à pandemia da Covid-19.
"Ainda não estamos fazendo comparações muito equiparáveis, mas os efeitos da pandemia já não aparecem tanto", comenta o CFO (Diretor Financeiro, na sigla em inglês) da Globo, Manuel Belmar, em entrevista ao “UOL”.
Conforme os dados, o aumento do lucro pode ser explicado por meio do crescimento de 17% da receita de publicidade, além do corte de custos de 20%, em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior. A base do Globoplay também seguiu crescendo, com alta de 20% em relação ao primeiro trimestre de 2021.
"Temos incertezas ainda pela frente e certamente não podemos projetar esse resultado para o ano, mas foi um começo muito melhor do que o de 2021, que já havia sido de retomada", afirma o executivo.
Além disso, a emissora prevê um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 590 milhões entre os meses de janeiro e março de 2022. Em relação ao mesmo período de 2021, o EBITDA esteve em campo negativo de R$ 470 milhões.
Globo se mantém apreensiva quanto à Copa
Embora a Globo projete operações no azul para o ano de 2022, a emissora vê com cautela os impactos da Copa do Mundo nas receitas.
“Devemos ter um aumento de despesas com futebol no segundo trimestre, mas também crescem as receitas. Nossa grande preocupação é com o último trimestre e a Copa do Mundo de futebol. Quando compramos a Copa, que é um direito muito caro, jamais sonhamos que ela seria no Catar e em novembro. A expectativa era ser em junho.”, afirma o CFO.
O risco, segundo o executivo da Globo, é que a Copa acabe rivalizando com outras campanhas publicitárias de final de ano, impactando na redução da receita geral da emissora. “Mas podemos ter uma campanha muito boa da Seleção Brasileira e estamos trabalhando com os anunciantes. Fora isso, a expectativa é de um ano positivo”, concluiu.
Fonte: G1