Nem as fortes chuvas que caíram durante todo o dia foram suficientes para arrefecer os ânimos de centenas de famílias de trabalhadores rurais sem terras que se deslocaram de diversas regiões do estado para irem até o Assentamento 40-45, no município de Alcobaça, no Extremo Sul, para comemorar os 25 anos de existência do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras na Bahia).
Reafirmando o compromisso com a luta pela reforma agrária e a necessidade de ocupação de terras consideradas improdutivas, os integrantes do MST relembraram as lutas dos últimos 25 anos na Bahia e a primeira ocupação, feita por 600 famílias, onde hoje fica o Assentamento 40-45. “Enquanto existir o latifúndio improdutivo e famílias sem terras essa luta não pode acabar”, diziam as centenas de pessoas, que durante dois dias, 6 e 7 de setembro, reafirmaram esses compromissos e, ao mesmo tempo, cobram do governo celeridade nas ações de desapropriações.
Um dos principais líderes e idealizadores do MST na Bahia, o deputado federal Valmir Assunção PT-BA), também um assentado da reforma agrária, no Assentamento Riacho das Ostras, em Prado, disse que a persistência, aliada à esperança, são dois fatores que mantém viva a luta pela reforma agrária. “São anos que milhares de famílias passam sob a lona preta, à espera por um lote de terras. Mas os assentamentos, como o 40-45, só existem porque as pessoas confiam na nossa luta e acreditam no que fazem”, disse. Valmir estava acompanhado das principais lideranças do MST no estado, como Márcio Matos, Vera Lúcia Barbosa (atual secretária de Política das Mulheres do Governo da Bahia), do superintendente do Incra no Estado, Marcos Nery, entre outros.
Por: Adilson Fonseca