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A centralização não passa de um engodo que atrai e engana. Atitudes arcaicas podem ser uma das mais desastrosas na gestão do Poder Público e das empresas privadas.


Muitos agentes de Estado, políticos eleitos pelo voto direto, servidores concursados, contratados, dirigentes do legislativo ou da Justiça, técnicos da administração pública indireta, enfim homens que tem o poder da caneta e da retórica atuam como se fossem únicos, insubstituíveis, e sentem-se no direito de exercer a decisão por si só, centralizada, como sendo esta uma forma virtuosa para alcançar bons resultados.


Um dos principais problemas da “velharia administrativa” que dispensa novas idéias são a centralização e os danos que ela induz, necessariamente, pela concentração das atividades e pelo descaso da prestação de serviços essenciais à sociedade. Muito fácil entender: um volume maior de tarefas certamente conduzirá ao aumento no tamanho das filas, na demora pelo atendimento, na lentidão das ações, e tudo mais que maltrata qualquer usuário e impede o desenvolvimento organizacional do setor público.


Como pode uma só pessoa querer fazer tudo sozinho? Resolver os problemas de uma prefeitura ou mesmo de uma nação? Planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar, são atos que precisam ser praticados por uma equipe, certamente.


Daí surge a importância da confiança como princípio de convergência do profissional e do gestor em todas as esferas de trabalho. Na política essa confiança nasce nas eleições. Quando você confia, certamente a ambiência para uma descentralização é favorecida. Confiar no seu parceiro, colaborador, amigo, empregado, ou quem quer que seja, fica tudo muito mais fácil e preparado para promover o desenvolvimento.


A confiança promove a união e sem as duas os resultados estarão fadados ao fracasso. Hoje se fala muito no princípio da longevidade dos relacionamentos, fruto da amizade e da confiança que promove bons negócios, melhor desempenho e conseqüentemente ótimos resultados. É a relação “ganha-ganha” onde ganha aquele que dirige e ganha o seu colaborador.


É fácil iniciar um relacionamento de genuína confiança entre liderança e liderados. Para isso é necessário que ambas as partes se conheçam bem. Na administração não existe mais espaço para heróis invencíveis que se fechem nos gabinetes e pensem ser o tal... Então, o que falta é a humildade em reconhecer os erros e partilhar os resultados com todos, democratizando as decisões que fortalece o princípio da confiança.


A mentira, a farsa e o oculto poderão romper esse elo que dificilmente retornará ao seu estágio original. É como marido e mulher traídos, podem até reconciliar, mas a crise estará instalada, irrevogavelmente.


Os princípios modernos para condução empresarial e da administração pública utiliza, nos mesmos termos, métodos de ampliação dos relacionamentos para conseguir superar crises e melhorar o desempenho.  Relacionamentos duradouros revestidos da confiança nas pessoas são dignos de responder por uma boa administração. Teixeira de Freitas e região tanto no setor público como na esfera privada precisa promover a harmonia nos relacionamentos. Alguém conhece por aí prefeitos e gestores que acreditam saber tudo e só escutam quem lhes agrada? Aqueles que constroem um muro de Berlim entre seus amigos e os inimigos? Se eu não estiver enganado já vi alguns desse modelo...


Então, dar vazão a essa metodologia corporativa é o mesmo que agregar por uma qualidade de vida melhor. Agregar valores e pessoas é essencial para a sobrevivência qualitativa da sociedade, é formar um movimento digno de respeito e de elevada responsabilidade social destinado prioritariamente aos dirigentes públicos.


Talvez, unir pessoas de forma irrestrita e ampliada seja a principal e mais desafiadora tarefa do serviço público. Em outra versão esse princípio é utilizado na administração privada que prioriza a seleção de seus colaboradores e a ampliação de seus clientes.


Em tese, agregar é também somar o conhecimento que é um patrimônio intangível e forma o mais importante ingrediente para alcançar o sucesso: o capital intelectual. As empresas são obrigadas a se modernizar e utilizam melhor as habilidades pessoais de seus colaboradores, ou então podem quebrar. E o poder público?


Na esfera pública o capital intelectual tem sido desprezado a favor dos eleitos e dos indicados por influência. Dessa forma vem perdendo a oportunidade de aproveitar os valores e as habilidades das pessoas, no caso seus servidores. Compreendido pelas empresas como mais valioso que a prata e o ouro, o capital intelectual no serviço público tem sido ofuscado pela concentração de poder que impede seja ele repartido entre os usuários, ou seja, entre aqueles que pagam seus impostos, o Povão. Daí a importância do servidor unir as pessoas e dar sentido ao conhecimento.


O mais importante é agregar, juntar pessoas e o conhecimento de cada um para formar conjuntos que promovam novas alternativas exigidas pelo mundo moderno, tanto na política quanto na produção. É a fórmula mais positiva do sucesso empresarial e certamente pode ser aplicada ao sucesso da administração pública que nesse sentido deixo aqui a pequena indagação: algum candidato pensando no novo para 2012?


Por: Elias Amorim