Teixeira de Freitas: Nossa equipe de reportagem foi procurada durante todo o último fim de semana por populares das cidades circunvizinhas, que relataram os transtornos que vêm passando com o não funcionamento das delegacias nas cidades aos finais de semana. Com a criação do Plantão Regional por parte da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, cidades como Mucuri, (Itabatã), Nova Viçosa (Posto da Mata), Alcobaça, Prado, Caravelas, Itamaraju, dentre outras cidades que compõem a 8ª COORPIN, passaram a ter suas ocorrências atendidas em Teixeira de Freitas nos finais de semana. 

A principal queixa por parte da população é o deslocamento da cidade de origem até a sede da Delegacia Territorial de Teixeira de Freitas, onde funciona o plantão. Pois, o deslocamento é geralmente feito em viaturas da Polícia Militar, e em caso de crimes com autor identificado e capturado, a vítima se desloca no mesmo veículo que o acusado. Além disso, o retorno para o município de origem é outro problema enfrentado pela população, pois a partir da apresentação na delegacia, não é mais responsabilidade da polícia. Ou seja, vítima e/ou acusado (caso seja liberado) tem que se virar.

Já outro "problema" causado pelo modo em que vem funcionando o plantão, é que muitas cidades possuem apenas uma viatura para rondas e para atender a ocorrências no município ou distritos, os quais ficam desassistidos com a vinda dos militares para Teixeira de Freitas. Nossa equipe buscou informações e certificamos que a criação do Plantão Regional partiu de superiores da Polícia Civil na capital do Estado, que certamente não acompanham a onda de violência enfrentada pela região nos últimos tempos e parece não conhecer a realidade física, social e geográfica da nossa extensa região.

Entramos em contato com o Coordenador da 8ª COORPIN, o delegado Marcus Vinicius, que devido à correria do início da semana, nos adiantou que a criação do Plantão Regional foi uma ação visando à centralização dos trabalhos na coordenadoria, algo que vem acontecendo em todo o Estado, mas que nestes 02 meses do plantão alguns percalços foram identificados e serão comunicados aos órgãos responsáveis. Nossa equipe marcou uma entrevista com o delegado coordenador e levaremos a ele todos os pontos negativos passados à nossa reportagem por meio dos nossos canais de comunicação.

São homicídios, sequestro, arrombamentos, furtos e outras práticas criminosas em todos os municípios da região, e que além de aumentar o trabalho para delegados e investigadores, pois precisam se deslocar de um município para outro, ainda compromete a qualidade do serviço policial, tanto da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar, que além da batalha diária contra a criminalidade, ainda colocam suas vidas em risco nas rodovias federais e estaduais, para muito das vezes apresentar um suspeito de um crime de menor potencial ofensivo ou até mesmo menores, que raramente ficam apreendidos.

Outro problema é com o município de Jucuruçu, que fica a 160 quilômetros de Teixeira, além de ser uma região montanhosa e de difícil acesso. Imagina uma situação em que haja a necessidade de apresentar algum flagranteado em Teixeira. Quanto tempo a Polícia Militar gastaria em deslocamento, riscos e desgastes, sem contar que, sem dúvidas, esses traslados se tornam muito mais onerosos para o Estado. Outro problema está relacionado à sobrecarga do Departamento de Polícia Técnica, que conta com um numero reduzido de peritos, que atendem aos 13 municípios e 45 distritos da regional.  

Enquanto o delegado e sua equipe estão de plantão extra, os peritos seguem seu plantão normal, com quadro reduzido. E se um delegado solicita uma perícia de arrombamento, por exemplo, em Jucuruçu. Quantas horas as outras cidades e Teixeira ficarão desguarnecidas? Fica evidente que esse plantão regional não está atendendo às necessidades da segurança pública da nossa região. Do jeito que está, atende apenas as necessidades de um órgão, a Polícia Civil, com a centralização dos serviços, diárias, extras, etc. Os demais órgãos e a sociedade não se beneficiam com isso.

Nossa equipe que foi procurada por pessoas que viveram essa situação, tanto vítimas que vieram de outros municípios e distritos e se depararam com a falta de transporte para sua cidade de origem, quanto policiais militares que deixaram suas cidades desprotegidas para virem à Teixeira. Todos questionam às autoridades estaduais, por que tanto descaso com a Segurança pública no extremo sul?

Entenda o Plantão Regional

Todas as sextas, sábado e domingo um delegado titular de alguma das cidades que compõem a 8ª COORPIN assume o plantão regional, juntamente com um investigador e um escrivão, todos de plantão extra. Qualquer situação de crime nessas cidades, o caso é trazido para Teixeira de Freitas pela Polícia Militar local e apresentado ao delegado em questão, que faz o registro, formaliza o flagrante ou o Termo Circunstanciado. Caso haja um homicídio ou acidente nestes locais, essa equipe extra vai até o local e tomas as medidas cabíveis.  

Por: Rafael Vedra/Liberdadenews

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