Teixeira de Freitas: Nossa equipe de reportagem esteve na Sede da 8ª COORPIN, na noite desta sexta-feira, 17 de outubro, por volta das 22h00, como de costume, para averiguar as ocorrências policiais e ficamos surpresos com a escuridão em que se encontrava o Complexo Policial. Segundo informações de servidores de plantão na localidade, desde às 15h30 da tarde que o Complexo Policial encontra-se sem energia elétrica.
O Complexo Policial de Teixeira de Freitas, localiza-se na Rua Euclides da Cunha, no Bairro Nova Teixeira, e comporta os módulos da Cadeia Pública, Recepção e Cartório da 8ª COORPIN, Laborátorio e Alojamento do Departamento de Polícia Técnica, IML e Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes. Uma área de segurança, em que atualmente encontra-se aproximadamente 40 presos custodiados da Justiça, além de cadáveres na Câmara Fria do IML.
Segundo os funcionários, é comum a falta de energia no complexo, mas, é reestabelecida em poucas horas. Por conta disso, nunca buscaram averiguar se seria falta de energia geral, ou apenas no complexo, embora isso tenha provocado diversos danos e prejuizos aos trabalhos. Os computadores do complexo funcionam em rede, e toda vez que falta energia, provoca um colapso nos Servidores, provocando demora no reestabelecimento.
Nesta sexta-feira (17), por volta das 15h50, um servidor que estava de plantão, fez o primeiro contato com a COELBA, através do número 0800 071 0800, conforme registro de reclamação 47887. Na ocasião o funcionário informou que se tratava de um complexo policial, em que havia uma câmara fria no IML e presos custodiados, não podendo a Unidade permanecer por muito tempo sem energia elétrica, pois os prejuizos poderiam ser além de bens materiais.
Investigadores, peritos e delegados ligaram ao todo, mais de 10 vezes para o 0800 da Coelba, e até às 22h00, nenhuma equipe da concessionária de energia compareceu para resolver o problema. Nossa equipe ligou para o coordenador da DPT/IML, Manuel Garrido, e este, nos informou que felizmente no momento não havia nenhum cadáver no IML, pois prevendo as falhas de energia encaminhou dois corpos para o IML de Itamaraju.
Os servidores da Polícia Civil informaram que houve um princípio de rebelião entre os presos por conta escuridão, mas que foi controlada. "Conseguimos algumas velas e colocamos próximo à celas e conseguimos controlar os custodiados na conversa", disse um investigador. Os servidores foram unânimes em desaprovar a assistência técnica da Coelba, mesmo se tratando de um local tão delicado e perigoso, em que a falta de energia pode provocar prejuizos sociais e econômicos para o estado.
Quase oito horas depois, uma equipe da Coelba compareceu ao Complexo e resolveu o problema. Segundo os prestadores de serviço, o problema não era na rede, mas nas instalações internas, cujos disjuntores apresentaram defeitos, cabendo ao órgão competente a devida manutenção, mas que eles fizeram uns ajustes que resolveram o problema, pelo menos temporariamente. Mesmo o problema possivelmente sendo interno, os servidores ficaram desapontados com a demora e o desrespeito da empresa para com o órgão.
Edvaldo Alves/Liberdadenews