O juiz Humberto José Marçal, titular da única vara criminal do Poder Judiciário da Comarca de Teixeira de Freitas e a promotora de justiça Graziella Junqueira Pereira, titular da 3ª Promotoria Criminal do Ministério Público Estadual na Comarca de Teixeira de Freitas, trabalharam durante dois dias ininterruptos nesta quarta e quinta-feira (12 e 13/11), numa audiência de instrução criminal para ouvir testemunhas e 16 réus presos oriundos da Operação Birmânia, desencadeada pela Polícia Civil no dia 23 de fevereiro de 2011, quando 16 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas foram presas preventivamente, dois adolescentes foram apreendidos, 15 residências foram invadidas por meio de mandados de busca e apreensão, além da apreensão de 5 revólveres, duas pistolas, calibre 380 e calibre 12, uma submetralhadora e R$ 1.300,00 em espécie.
O objetivo do juiz Humberto Marçal é instruir o processo para julgar e sentenciar todos os envolvidos. A Operação Birmânia foi deflagrada em fevereiro de 2011 em ação conjunta das policias de Teixeira de Freitas com o objetivo de prender 23 grandes traficantes com atuação na cidade e região. Mas na ocasião apenas 16 foram presos e outros 7 conseguiram fugir. A Operação Birmânia foi organizada pelo delegado Marcus Vinicius, coordenador da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, com apoio da Delegacia Regional de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), que tinha o delegado José Alves Bezerra Júnior como o então titular e atual subdiretor da especializada de narcóticos da Capital e também com o apoio do 13° Batalhão da Polícia Militar de Teixeira de Freitas, sob o então comando do tenente coronel Antônio Barbosa Neto, quando 80 policiais e 12 delegados foram empregados na operação.
Na época com a prisão dos 16 traficantes, o sistema penitenciário foi obrigado a transferir dez detentos do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF) para presídios de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em Serrinha e Jequié. No curso da operação, conforme as autoridades nos autos do processo, também foi possível identificar duas pessoas que seriam braço direito do detento Reginaldo Conceição Nascimento, conhecido por “Jeguinha”, considerado pelas autoridades atuais do município como um homem perigoso e que comanda de dentro da cadeia um grande esquema de tráfico de drogas e queima de arquivo na cidade. Inclusive “Jequinha” foi ouvido na audiência de instrução nesta quarta-feira (12\11), e ao contrário da sua fama, se mostrou um homem calmo, pacífico e extremamente educado. Respondeu tudo e a todos, embora tenha negado quase 100% das acusações que a ele são imputadas. No final da tarde desta quinta-feira (13), a audiência foi encerrada pelo juiz Humberto Marçal para recomeçar numa próxima data a ser definida.
Por: Athylla Borborema