Teixeira de Freitas: Na noite do dia 27 de fevereiro de 2014, o jornalista Jeolino Lopes Xavier “Gel Lopes”, 44 anos, era assassinado na rua da Saudade, no bairro Bela Vista, em Teixeira de Freitas. Exatamente um ano depois, a real motivação e os mandantes do crime ainda não foram descobertos. Para homenagear o jornalista e pedir mais empenho da Polícia Civil na resolução do caso, o filho e também Jornalista, Joris Bento, participará de vários programas jornalísticos neste dia 27 de fevereiro de 2015 em emissoras de rádio e TV do município. No domingo, 01 de Março, no povoado de Santo Antônio parentes e amigos de Gel participarão de uma missa a partir das 19h em sua homenagem.
A única informação que foi repassada a imprensa durante esse período de um ano é que o crime de Gel Lopes levantou fortes indícios de ser relacionado ao seu papel de jornalista e político no município de Teixeira de Freitas, uma vez que já foi vereador do município. Figura pública, Gel era proprietário do site PORTALN3, onde fazia várias denuncias contra políticos da região. Em decorrência das investigações realizadas o Departamento de Polícia Interior (DEPIN) até hoje não concluiu o inqueríto da morte do jornalista e mantém sigilo sobre as investigações.
Joris Bento que é o filho primogênito de Gel Lopes falou da busca a superação, a imensa tristeza que sente com relação a ausência do pai e sobre o crime.
”Sinto tanta falta do meu pai e isso ninguém tem a dimensão do que é, pois os meus sentimentos palavras ou qualquer situação terrena não são capazes de curarem. Nesse período não só eu, mas a minha família teve que recomeçar, as pessoas não tem noção do que estamos passando e o que precisamos encarar. Foi brutal, covarde, uma anomalia que fizeram com a gente e o que buscamos atualmente é superação” disse.
O filho do jornalista também falou do retorno a rotina e afirmou que não sentiu medo em encarar a situação de frente.
” Esse quadro é irreversível, meu pai não retornará, então aconteceu que Deus teve misericórdia de mim e deu forças para cuidar de tudo, pois me capacitou para enfrentar as coisas pela minha família. Muitos não sabem, mas fui eu que cuidei de tudo, desde o funeral, inclusive depois de todo o transtorno de ter que sepultar meu pai, peguei o carro do meu pai no pátio da delegacia totalmente ensopado de sangue e levei para lavá-lo em um Lava-jato. Lá encontrei capsulas das pistolas, foi terrível conviver com isso moralmente falando, mas aqui estou pronto para o que for necessário e principalmente para lutar pelas coisas deixada pelo meu pai. Estou trabalhando muito para vencer, levantei minha cabeça, encarei as pessoas, estou mais voltado a família, tenho muitos defeitos, mas sinto no íntimo que estou tornando um bom homem. A minha única preocupação é como vou contar para minha irmã que tem apenas quatro meses, quando crescer, que o pai dela foi estupidamente assassinado e que me disponibilizou para fazer o papel que fez perfeitamente por mim” finalizou.
Em diálogo com delegado Moisés Damasceno que é o responsável pelo caso, o próprio afirmou que ainda não houve a conclusão definitiva do inquérito e que apesar de entender a dor da família e amigos prefere manter as investigações em sigilo já que se trata de um crime bastante complexo.
FONTE: Lívia Souza/PORTALN3