Teixeira de Freitas: Um caso de grande repercussão em toda a Bahia teve mais uma cena nesta sexta-feira, 10 de julho. O caso envolve Jucélio Lima Gonçalves, mais conhecido como “Célio do Leite”, e sua esposa que são acusados de serem os autores do homicídio, que vitimou fatalmente o vaqueiro Alessandro Neves de Souza, e da tentativa de homicídio contra a esposa do vaqueiro, identificada como sendo Erineuza Costa Chaves, e do desaparecimento dos 02 filhos do casal. O caso aconteceu no dia 29 de julho de 2014, em Oiteiro, zona rural de Alcobaça. Após o crime as crianças foram deixadas no Orfanato Renascer em Teixeira, e a senhora Erineuza encaminhada ao HMTF.
O caso foi investigado pela Policia Civil do Prado, e a delegada Rosângela Santos esteve à frente das investigações, instaurou inquérito para investigar o homicídio e a tentativa de homicídio. Apos colher informações de testemunhas e ouvir a senhora Erineuza, a delegada iniciou buscas a fim de encontrar o acusado “Célio do Leite”, mas ele fugiu e não mais foi encontrado. Na manhã desta sexta-feira, 10 de julho, o advogado criminalista, Bel. Paulo Rogério Teixeira de Andrade, apresentou ao Coordenador da 8ª COORPIN, o delegado Marcus Vinicius Almeida Costa, os investigados Jucélio Lima Gonçalves e sua esposa Mariana Ferreira da Silva, a fim de serem ouvidos a respeito da acusação que pesa sobre eles.
A apresentação foi espontânea, depois das prisões dos investigados terem sido revogadas pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia na última quinta-feira (09). O advogado Paulo Andrade e sua equipe conseguiu um habeas corpus em favor dos acusados pelo fato de serem réus primários e de bons antecedentes, além de que, segundo o advogado, a delegada responsável pelo caso não logrou êxito em reunir provas da participação dos investigados nos crimes em apuração. Segundo o advogado Paulo Andrade, a investigação já perdurava por quase um ano, sem sucesso em sua conclusão. Circunstancia essa que facilitou e muito o trabalho do advogado.
Os acusados disseram não ter participações nos crimes, e que foram acusados injustamente, e não deram maiores detalhes. Já os advogados Paulo Andrade e Lara Neves alegaram que a investigação é um procedimento de que deve ser guardado o devido sigilo, mas em nosso país é muito comum à prisão antecipada das pessoas, para depois serem investigadas, quando o correto deveria ser o contrário. Pois, existem casos aqui na Comarca de Teixeira, onde os réus pobres permanecem presos por longos anos aguardando julgamento. De acordo com o Código de Processo Penal, a prisão preventiva é uma medida de exceção, e só deve ser aplicada em situações excepcionais, o que não se aplica no caso dos investigados, pois os mesmos jamais deixaram o distrito da culpa.
Ainda segundo o advogado, os acusados procuraram a Delegacia de Policia de Alcobaça (local onde ocorreram os crimes), nas datas de 24 e 28 de outubro de 2014, mas de acordo com a defesa, não havia delegado ou escrivão para interroga-los. Segundo informações passsadas por fonte, o advogado aproveitou o período eleitoral para levá-los até a delegacia a fim de evitar que seus clientes fossem presos prematuramente sem chance de se defenderem. E recentemente a Delegacia de Alcobaça acabou interditada a pedido do Ministério Público. Jucélio “Célio do Leite” e sua companheira Mariana foram ouvidos e deixaram a delegacia na companhia dos advogados.
Por: Rafael Vedra/Liberdadenews
Matérias relacionadas
Responsáveis pelo homicídio do vaqueiro se apresentam à polícia: “Célio” continua foragido
Filhos do vaqueiro assassinado por fazendeiro em Alcobaça são deixados no Orfanato Renascer
Vaqueiro é morto, mulher é esfaqueada e filhos estão desaparecidos