Medeiros Neto: Nesta quarta feira (11), às 12h, estava marcada a audiência do PM e jornalista Edelvânio Pinheiro, acusado de estuprar duas crianças, uma de 12 anos de idade e outra de 14, na cidade de Medeiros Neto, porem foi adiada. O Tribunal indicou o 2º Juiz substituto de Itanhém, Roney Cunha, para presidir a audiência. Mas, como existe o 1º Juiz substituto, que é de Ibirapuã, este quem terá que presidir. Tudo isso, porque o novo juiz titular da Comarca está de férias.
No dia 13 de outubro, a então, Juíza da Comarca de Medeiros Neto, Dr.ª Lívia de Oliveira Figueiredo, expediu o mandado de prisão preventiva contra o policial militar, que é acusado pelo crime de estupro de vulnerável contra duas adolescentes. Na quinta-feira 1º de outubro, as meninas e suas genitoras foram oficialmente ouvidas pelo delegado Sanney Taquetti Simões, então, na tarde de sexta-feira, 02 de outubro, uma equipe do Liberdade News foi acompanhar o caso de perto, e ouvimos as vítimas, que nos contaram detalhes do crime.
Como não houve a audiência, o promotor de justiça, Dr. José Dutra de Lima Junior, titular da 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Teixeira de Freitas e 1º substituto da Comarca de Medeiros Neto, aproveitou para ouvir as testemunhas das vítimas, sendo elas, duas menores e sua mãe. Já que as mesmas frequentavam a casa do Edelvânio, saberia contar detalhes sobre as visitas das vítimas. Mas, para a surpresa de todos, a duas menores testemunhas, acabaram desabafando e contou ao promotor e a atual advogada do caso, tudo que as duas irmãs passaram nas mãos do soldado.
Nossa equipe de reportagem esteve na manhã desta quinta-feira (12), novamente na cidade de Medeiros Neto e entrevistamos as duas atuais vítimas e sua mãe, que está muito abalada, já que não sabia de nada. Segundo a genitora, nunca havia desconfiado, já que o PM era muito bondoso, lhe dava cestas básicas, e presenteava suas filhas. “Na frente do promotor minhas filhas contou que haviam sido ‘usadas’ por ele, fiquei muito surpresa, nunca desconfiei, nunca imaginei que pudesse fazer isso com elas, do jeito que ele as tratava bem”.
“Ele dava presentes, levava para o salão, para Teixeira, Itanhém, todos os cantos ela estava junto, me ajudava com cestas básicas, eu só não entendia o motivo pelo qual ele nos dava as coisas”, contou a mãe. Segundo a genitora, ela só ficou sabendo agora, sendo que foram seis meses de abuso. “Sou gari, e sempre varria a Rua do Edelvânio, e a mulher dele sempre via as meninas comigo, e me pediu a primeira vez para a minha filha de 12 anos dormir na casa deles, já que o policial viajava muito, então eu deixei. Em outra noite já pediu para que fosse a outra menina de 14 anos”.
Ainda segundo a mãe, a esposa demostrava muito carinho com sua família, porém, sempre foi conivente com os abusos. O promotor pediu os exames das duas. “Eu quero justiça, estou com muita tristeza”. Era para ter desconfiado. A mãe ainda contou que tem uma terceira filha, hoje com 17 anos, e que também começou a trabalhar na casa de Edelvânio, e não quis mais voltar, dizendo que ele passou a mão no meio das pernas dela. Mas suas irmãs mais novas, não tiveram a chance de se livrar do PM.
A jovem, hoje com 14 anos, na época foi trabalhar na residência do acusado em 2014, no primeiro dia não aconteceu nada, mas de acordo a vítima, no segundo dia a esposa Eliene Rodrigues foi para o salão, ele já arrancou sua blusa. “Depois do quarto dia, já tirou toda a minha roupa e me abusou de todos os jeitos, e me ameaçou que se eu contasse para minha mãe, que iria tirar ela do serviço e me mataria e minha família também. Fiquei com muito medo, depois desse dia, foram seis meses de estupro. É muito triste ser estuprada e não poder falar”, chorando muito contou a adolescente.
A menina garantiu que logo após ter aparecido o primeiro caso, ela não contou, porque acreditava que não iria dar em nada, já que o acusado sempre falava que era autoridade, era policial e que ninguém vai de contra a lei. “Ele chegou me buscar 30 dias seguidos na escola, e me obrigava sair com ele. Ele é muito safado, tenho medo dele”. Já a menina de 12 anos, nos contou que o policial só mostrou as partes intimas para ela. Mas, que uma noite dormiu na casa, e a mulher deu um comprimido, e que depois disso não viu mais nada, só acordou no outro dia.
“Eles faziam sexo perto de mim, ele mostrava as coisas dele, passava a mão em mim, mas, nunca fez nada a mais. Um dia que ela [esposa do Edelvânio] me deu um comprimido eu fiquei muito fraca, via vultos, e quando acordei eles estavam nus”, explicou. A menor também contou das ameaças. “Ele me ameaçava, falando que minha mãe iria ser presa, e também iria perder o emprego e nós iriamos passar fome. Ele sempre me ameaçava, se eu contasse alguma coisa para minha mãe, ou alguém. Já falou que iria matar todos nós. Eu nunca contei”.
Agora as duas meninas entram no processo como vítimas, e uma nova audiência será marcada. Nossa equipe foi questionada por algumas pessoas que não entende o porquê ainda não foi pedido o mandado de prisão da então esposa e comparsa do policial.
Por: Mirian Ferreira e Edvaldo Alves/Liberdadenews