Teixeira de Freitas: Na tarde desta quarta-feira, 27 de janeiro, nossa equipe de reportagem esteve no Departamento de Polícia Técnica, onde fomos esclarecer uma suposta denúncia feita por uma rádio local, que dizia que o IML e o Departamento de Polícia Técnica estariam cobrando para liberar corpos. A suposta denúncia teria sido feita por familiares da idosa Maria Helena de Castro, de 76 anos de idade, que morreu em sua residência, na Rua Manoel Sambique, no Bairro Vila Vargas. Nossa equipe entrevistou a neta da senhora Maria Helena, a qual negou que o fato tenha ocorrido.
"O que aconteceu foi que ligamos para o SAMU por volta das 12h00 da última terça-feira (26), e fomos muito mal atendidos e humilhados. Pois falamos que minha avó estava passando mal, e o atendente a todo o tempo zombava, dizendo que ela poderia morrer, tendo inclusive feito o ridículo papel de pedi pra colocarmos minha avó na linha para falar com ele. Tanto que o último suspiro da minha avó foi ao telefone com o atendente do SAMU. E após ela vim a óbito, o corpo dela ficou em casa, quando por volta das 17H25M o SAMU chegou lá, mas já era tarde demais".
Questionada sobre a denúncia de que foram a uma emissora de rádio pertencente a um ex-deputado federal e disseram que teria pagado para liberarem o corpo, a neta disse: "Quem veio fazer a ocorrência e a liberação do corpo da minha avó foi eu e meu esposo, e em nenhum momento teve qualquer tipo de cobrança. Mas meu irmão e meu cunhado revoltados com a atitude do SAMU foi até a emissora denunciar, mas, eles entenderam errado. Pois, falaram que se tivéssemos dinheiro seríamos bem atendidos, e não que teve cobrança. Eu posso afirmar que isso é uma denúncia falsa, pois fui recebida aqui, realizamos todos os trâmites de liberação e pronto".
Já sobre o caso, conversamos e entrevistamos o Coordenador do Departamento de Polícia Técnica, Dr. Paulo Roberto Libório, que questionado sobre o caso esclareceu: "Essa informação foi falada em um programa de rádio, e não é querendo ensinar ou criticar ninguém, mas, o apresentador, locutor ou repórter que fez a denúncia deveria fazer o contraditório, ou seja, vir até o DPT e questionar o caso. Pois, somos um órgão que age através de solicitação, e o DPT de Teixeira não tem médico legista, e contamos com o apoio da Prefeitura Municipal, que cede médicos para realizarem os trabalhos de necropsia e exames”, disse o perito.
E acrescentou: “Então, foi uma ingrata surpresa receber a informação que algo desse tipo foi divulgado, tanto que a própria família desmente a situação de cobrança. Mas, venho a público e digo toda e qualquer denúncia deve realmente ser feita, desde que haja prudência, apuração e que todas as partes sejam ouvidas. Coloco-me à disposição para todo e qualquer questionamento acerca desse órgão". O coordenador ainda esclareceu que os trabalhos do DPT se iniciam após solicitação da autoridade competente. No caso, o delegado suspeitando de emprego de violência em alguma morte, solicita os trabalhos periciais. “E ai nos deslocamos e realizamos perícia no local do crime e perícia preliminar no corpo", explicou.
Mas, no que diz respeito à morte natural, remoção de cadáver em hospitais, o coordenador diz que o procedimento é feito em parceria com o município, e que o IML se desloca até o local e realiza a remoção, e assim, após necropsia, familiares comparecem ao DPT onde realizam o procedimento de liberação. Nossa equipe ouviu as partes e inclusive ouviu da própria neta da senhora Maria Helena, que não houve cobrança, e isentou o órgão de qualquer responsabilidade. A neta reforçou que lamenta muito a maneira com a qual foram atendidos pelo SAMU.
Nossa equipe irá procurar a direção do SAMU e a Secretária de Saúde do Município e questionaremos sobre o caso.
Por: Rafael Vedra/Liberdadenews