Teixeira de Freitas: Velas, cruzes e caixões chamaram a atenção de quem passava pelas ruas próximas a alguns Fóruns pela Bahia. Durante toda a noite deste domingo (03), familiares Sem Terra realizaram Vigília em frente aos Fóruns de Justiça de várias cidades do Estado da Bahia e, na manhã desta segunda-feira (04), distribuíram panfletos para rememorar a morte do pedagogo e Sem Terra, Fábio Santos, executado com 15 tiros, enquanto seguia para o distrito de Palmeirinha.
As investigações estão travadas na Justiça há 3 anos. O ato aconteceu nas cidades de Feira de Santana, Maracás, Barreiras, Eunápolis, Bom Jesus da Lapa, Juazeiro, Iguaí e também em Teixeira de Freitas, onde os participantes do movimento social também denunciaram o aumento dos índices de violência no campo.
Nossa equipe conversou com José Mendes da Mota, da direção Estadual do MST, e ele disse que é preciso chamar a atenção de toda a sociedade, para que as pessoas passem a refletir sobre as problemáticas. “Com essa vigília, repudiamos a morosidade da justiça em relação ao caso Fábio Santos, assassinado na frente de sua esposa e filho a mando dos latifundiários de Iguaí. Há provas provas sobre a autoria e até hoje a justiça não julgou”, explicou José Mendes.
Os trabalhadores cobraram também, justiça ao massacre realizado em Eldorado dos Carajás, no Pará, onde 21 trabalhadores foram executados pela força policial, no dia 17 de abril de 1996. “Em 2016, o massacre completa 20 anos de impunidade e os trabalhadores Sem Terra continuarão nas ruas denunciando a violência no campo”, acrescentou.
O Juiz de direito, e representante do Fórum, Dr. Marcus Aurelius Sampaio, fez questão de atender nossa equipe, e falou que realmente é estranho a demora neste processo. “De fato, já se passaram muito tempo, sabemos que quando o caso é complexo demora mesmo, porém, a lei permite o máximo de 100 dias e, neste caso, já se passaram três anos, mas, infelizmente eu não consegui ter acesso ao processo, já que não é de nossa Comarca, e a cidade do fato é muito pequena, o sistema é diferente, mas, são válidas as reivindicações”, disse o magistrado. O ato foi finalizado por volta das 09h00 da manhã desta segunda feira.
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews