Teixeira de Freitas: Nossa equipe foi procurada pela a senhora Marlene Ferreira Costa, filha de dona Esterlinda Ferreira Costa, 73 anos idade, para levar a público o descaso que vem sofrendo desde 2012. De acordo a denúncia, a empresa MRM, terceirizada da Embasa, iniciou as obras de esgotamento sanitário na Rua Sergipe, 315, no Bairro Wilson Brito. Desde então, os problemas começaram a aparecer. De acordo com a filha, a idosa Esterlinda, sofre asma, e assim que iniciaram as obras, ela teve que tirar a mãe de casa.
“Tive que trazê-la para morar comigo, devido à muita poeira, e como ela sofre desta doença não poderia conviver com tudo isso. Durante o serviço de esgotamento da rua, choveu e uma enxurrada alagou tudo, foram mais de 80 centímetros de água. Minha mãe morou quase 20 anos neste endereço e nunca aconteceu nada parecido", explicou. A família, na época, procurou a imprensa e fez o apelo para que o engenheiro da empresa pudesse ir lá e reparar os erros, porém, não foram atendidos. “Como minha mãe perdeu tudo, móveis, roupas, documentos, devido a quantidade de água, lama, pó de brita, barro, tudo que a chuva trouxe, acabou com a casa, e não conseguimos chegar até os responsáveis, fomos obrigados a entrar na justiça”, disse a filha.
Já houve duas audiências, e a Embasa recorreu as duas vezes. “Eles têm 10 advogados, nós só temos um, e eles alegam que minha mãe não tem direitos, ja que a casa vivia fechada, o que não é não verdade, porque ela sempre morou lá. Na última audiência pediram uma perícia técnica”, explicou. Já foram feitas 03 perícias técnicas, uma pela Defesa Civil, com o engenheiro José Aires Filho, a segunda pelo engenheiro Adenizio José Ferreira Neves, e por último o juiz responsável pelo caso, Marcus Aurelius Sampaio nomeou o engenheiro Eulen Jalul Bretz.
Este último fez a perícia no dia 27 de outubro de 2015. Nas duas primeiras perícias saíram os resultados, responsabilizando a empresa MRM pela perda da casa. Após essa última perícia, a casa foi toda depenada, levaram janelas, portas, caixa d’água, vaso, etc. Além da demora atual, a filha descobriu por um acaso, que a perícia solicitada pela justiça teria o endereço errado, utilizaram o endereço da filha, onde não tinha problemas no Estancia Biquíni. Na mesma hora a filha foi até o juiz informando o erro, e até o momento não se sabe o resultado.
“Há um ano eu vou ao Fórum, praticamente todos os dias, isso é falta de respeito, estou indignada, vejo minha mãe sofrendo e não posso fazer mais nada”, lamentou a Marlene. Com tudo isso, a idosa perdeu a casa [como mostra as fotos], está muito doente, usando remédios caros e o tempo todo vive no oxigênio. “Meu sonho, é que eles resolvessem isso de algum jeito para eu fazer minha casinha. Minha morada era tão boa, e devido a esse trabalho mal feito, tenho que viver de favor”, muito abalada, nos contou a senhora Esterlinda.
Procuramos o juiz Marcus Aurelius Sampaio, onde nos mostrou o processo e de acordo ele a parte contrária a Embasa e MRM impugnaram alguns pontos e pediram esclarecimentos de quesitos complementares. De acordo o juiz, a única perícia que vale é a que o juiz pede, e neste caso o laudo ficou pronto, porém falta agora a resposta do engenheiro quanto aos pontos requeridos pelas empresas. O juiz esclareceu ainda, que outras perícias nos autos a não ser o do engenheiro nomeado pelo mesmo, e que existem prazos, e que após o esclarecimento do perito, será marcado a audiência de instrução e julgamento, em seguida a sentença.
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews