Teixeira de Freitas: O município perdeu um guarda municipal dedicado, que brigava pela classe e pelos seus direitos, além de ser carismático, amigo, pai de família e trabalhador. Esses são alguns dos adjetivos que pode ser dado ao GM Wanderson Costa dos Santos, 33 anos de idade, residente no Bairro São Lourenço e que, por seus traços indígenas, era carinhosamente chamado de "Índio da Guarda". O profissional na área de Segurança Pública Municipal estava fardado e seguia pela Rua Joel Andrade, por volta das 18h30, em uma bicicleta, quando foi interceptado por um veículo. Na sequência, um atirador desceu e atirou contra ele, que não teve chances de defesa.
Policiais do PETO estiveram no local, acionaram o SAMU, mas, a vítima já não apresentava sinais vitais quando os socorristas chegaram. O local foi preservado e a Polícia Civil acionada. A delegada Rina Andrade, juntamente com o investigador Jaconias, esteve no local, onde realizou o levantamento cadavérico. Uma perícia foi realizada no local. Segundo o perito Bruno Mello, o Índio foi alvejado por 04 disparos de arma de fogo e o calibre ainda não foi identificado. Ainda segundo o perito, a vítima foi atingida na cabeça, sendo um dos tiros, à queima roupa. Os outros acertaram a virilha, costas e tórax.
O tiro da face, como foi bem próximo ao rosto de Índio, é chamado como "tiro de confere", para garantir a morte da vítima. 01 projétil foi encontrado ao lado do corpo da vítima, o mesmo foi recolhido e será submetido a comparações e exames e, assim, identificado o seu calibre. Um dos tiros dado pelo matador atingiu o portão de uma residência próxima, e posteriormente, atingiu também um veículo que estava na garagem. Ninguém na residência foi atingido. Índio carregava uma mochila, e dentro da mesma foi encontrado um colete à prova de balas e documentos.
Após os trabalhos periciais, a delegada autorizou a remoção do corpo e instaurou inquérito policial. Sob uma intensa salva de palmas dos populares e de guardas municipais presentes, o corpo foi removido ao IML de Teixeira de Freitas, onde será necropsiado e, logo após, liberado para velório e sepultamento. Durante a remoção, um guarda municipal fez um desabafo para os colegas. Na fala, o mesmo disse que a falta de investimento na Guarda, a falta de luta por recursos e também valorização da classe pode contribuir com cenas tristes como essas. E pediu mais atenção da Secretaria de Segurança com Cidadania, secretaria responsável pela Guarda Municipal. Atualmente, o Índio prestava serviço na segurança do HMTF e estava indo para o trabalho. Com a morte do GM Índio cresce o número de mortes de profissionais ligados à Segurança Pública na Bahia. A pergunta é "Até quando?"
Por: Rafael Vedra/Liberdadenews