O auxiliar de carpintaria Adriano Luís Correia de Jesus, 28 anos, preso pelo homicídio do médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62, confessou ter assassinado a vítima com três facadas no pescoço e depois ter abandonado seu corpo em um matagal, localizado na Via Parafuso. Ele já estava com um mandado de prisão em aberto.
A informação foi revelada, na tarde desta quinta-feira (27), pela diretora-adjunta do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Clelba Teles, que coordenou a investigação, durante apresentação do carpinteiro à imprensa. O diretor do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML/NR), o perito médico-legal Mário Câmara também esteve presente.
O homicídio ocorreu no dia 2 de outubro, mesma data em que o médico desapareceu ao sair de casa, em Piatã, e dirigiu-se até a casa de Adriano, na Travessa 5 de Agosto, em Pau da Lima. Ali, os dois consumiram bebida alcoólica e o criminoso disse ter atacado o médico com uma faca após uma briga.
Preso na quarta-feira (26), em um canteiro de obras, localizado na Via Regional, onde vinha trabalhando, Adriano contou ter conhecido Luiz Carlos num ponto de ônibus, há três meses, e desde então se encontravam frequentemente para beber. Na ocasião, o médico disse residir em Feira de Santana e trabalhar como vendedor.
Segundo Adriano, no dia do crime o médico sugeriu que os dois tivessem uma relação íntima, o que deu início a uma luta corporal. Depois de esfaquear Luiz Carlos, Adriano livrou-se do corpo, mas permaneceu com o veículo da vítima, um Polo, de cor prata, tendo-o descartado alguns dias depois, na Via Parafuso, devido à repercussão em torno do desaparecimento.
Investigação: De acordo com Clelba, uma perícia utilizando luminol (reagente ao sangue) realizada na casa de Adriano revelou vestígios de sangue. “Um exame vai desvendar se esse sangue é da vítima”, explicou. Segundo a delegada não há dúvidas quanto à autoria do homicídio. “Foram colhidas nove amostras de material genético, para que o laboratório possa fazer a comparação e a investigação prossegue”, contou Clelba, acrescentando que mais pessoas serão ouvidas e novas diligências serão realizadas. “Aguardamos os laudos que vão confirmar a versão dada pelo carpinteiro”, completou.
O diretor do IML/NR, Mário Câmara, explicou aos jornalistas que o exame da arcada dentária, feito para identificar o corpo do médico, é reconhecido internacionalmente e tão seguro quanto o de DNA. “Como a vítima possuía um vasto arsenal de exames odontológicos, facilitou a identificação por esse método”, salientou o médico. Câmara também explicou que o avançado estado de decomposição do corpo retardou a identificação.
Adriano foi autuado por homicídio qualificado, por motivo fútil, a traição e por dificultar a defesa da vítima, e, se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão. Com uma passagem anterior pela polícia por furto, ele foi encaminhado ao sistema prisional.
Por: Liberdadenews/Ascom