Teixeira de Freitas: Na última terça-feira, 13 de dezembro, nossa equipe de reportagem foi procurada por uma família que fez uma denúncia e cobrou no mínimo uma intervenção da justiça. O fato é que há cerca de 05 anos, com a morte de um familiar, um lote foi adquirido junto à administração do Cemitério Municipal Jardim da Saudade, localizado no Bairro Nova Teixeira. O lote negociado foi o lote 56, que fica na quadra 52, onde houve o sepultamento do membro da família.
O fato é que durante uma visita ao local, e após tentativa de buscar construir a conhecida "carneira", estrutura que protege e marca o local onde o ente querido está no descanso eterno, a viúva percebeu algo estranho, notou que outra pessoa estava sepultada no local. A mesma, em entrevista à nossa reportagem, disse que procurou a administração do Cemitério Municipal, e após analisarem a folha 124, local onde consta o registro da quadra e lote referente ao familiar, tomou conhecimento que os restos mortais do esposo foram retirados do local, que foi negociado com outra família.
A viúva posse de documentos e comprovantes de pagamento, disse que a negociação era em definitivo, e que todas as taxas e o valor passado foram pagos, e que isso permitia que o corpo do esposo ficasse em definitivo no local, ou seja o corpo seria sepultado em uma cova funda, mas na folha constava que o mesmo foi sepultado em cova rasa, e por isso a sua ossada foi retirada do local. A família procurou a sede da Delegacia de Polícia Civil, onde registrou a ocorrência e o caso ficou a cargo da delegada plantonista, Maria Luíza Ribeiro.
Nossa equipe de reportagem esteve no Cemitério, e o responsável pelo mesmo não estava, mas em conversa com funcionários eles esclareceram que o fato pode ter sido um mal-entendido na época de contratação, ou devido ao furto do computador da sala de administração, onde os registros foram perdidos, e isso pode ter causado a falha. Os funcionários ainda disseram que foi oferecido à família um outro lote, já que outra pessoa está sepultada na referida cova, mas, a viúva não aceitou, alegando que queria o lote negociado.
Ainda durante entrevista com a viúva e seu filho, eles relataram que foi dito a eles por funcionários do cemitério que a prática era "comum", informação essa que foi negada pelos funcionários. Tentamos contato telefônico durante toda a terça-feira e nesta quarta-feira com o responsável pelo cemitério para expor a ele o caso e fazer alguns questionamentos, mas, não conseguimos contato. A família finalizou a entrevista pedindo justiça, e o caso, que está ainda na Polícia Civil, deverá se tornar um processo contra o cemitério. Segundo informações passadas à nossa equipe, a ossada retirada do local está em uma gaveta de armazenamento.
Por: Rafael Vedra/Liberdadenews