O delegado titular da polícia civil de Medeiros Neto, Kleber Eduardo Gonçalves, depois de ouvir as duas vítimas, reuniu elementos necessários e, desde o dia 9 de setembro, formulou a representação pela prisão preventiva do acusado. O promotor Rafael Henrique Tarcia Andreazzi, havia se manifestado favoravelmente e, ontem (12/09), a juíza titular da comarca, Andrea Gomes Fernandes Beraldi, decretou a prisão preventiva dele.
AGONIA
As vítimas, duas mulheres casadas, viveram momentos de agonia na mão do estuprador que, nos dois momentos, estava com armas de fogo. A primeira vítima, violentada na madrugada do dia 6, contou ao delegado que quando acordou duas armas já estavam apontadas para a sua cabeça. Ela foi levada para uma construção na mesma rua onde mora e, quando o marido dela a encontrou, o estupro já tinha sido consumado.
A segunda foi surpreendida juntamente com o marido. Sob a mira de uma arma foi obrigada a amarrar o esposo com um cadarço de tênis que estava no quarto do casal. Logo depois, foi levada para outro compartimento da casa e violentada. Na casa da segunda vítima, após a violência, o estuprador roubou algumas jóias, inclusive um cordão de ouro.
MODUS OPERANDI
O modus operandi nos dois casos foi praticamente o mesmo. Nas duas casas o estuprador entrou pelas janelas, depois de arrombá-las, cuidadosamente.
Além de estar com o rosto encoberto com uma touca ninja, o estuprador fez questão de encobrir o punho direito, onde mantém uma pulseira de cores fortes e fez uma das tatuagens que ele tem espalhada pelo corpo. No primeiro ataque ele usava uma roupa de moletom de mangas compridas, que encobria a pulseira e a tatuagem. No segundo, uma meia foi improvisada para encobrir esses dois sinais que poderiam facilitar a sua identificação e conseqüente prisão.
O delegado, durante as investigações, deu uma atenção especial às características gerais do acusado. Ambas as vítimas citaram, durante os depoimentos, alguns sinais que podem ajudar na identificação, como um anel em uma das mãos do estuprador, por exemplo, que foi notado pelas duas mulheres.
RECONHECIMENTO
A identificação do acusado só foi possível graças às informações das próprias vítimas. Uma delas percebeu que o estuprador, ao se locomover apresentava uma deficiência na perna direita. Essa informação, juntamente com outras características marcantes, foram passadas a amigos, familiares e os polícias civis e militares, de modo que foi possível fazer comparações dessas descrições que as vítimas observaram, com pessoas que já havia praticado crime na sociedade medeirosnetenses.
Uma foto do Orkut, em que Paulista aparece em companhia de outros três rapazes, foi mostrada às vítimas e elas, em nenhum momento, não titubearam na identificação. “O fato de alguém estar usando uma touca para encobrir o rosto não significa, necessariamente, que não pode ser identificada”, disse o delegado. “Características gerais como sinais pelo corpo, gestos, uso de adornos, cor da pele e dos olhos, entre outras, podem ajudar na identificação”, concluiu.
Nas próximas horas o delegado vai fazer o auto de reconhecimento pessoal do acusado, isto é, as duas vítimas, que já o reconheceram por foto, vão vê-lo. Ele, por sua vez, alega que estava viajando no período de 6 a 9 de setembro, participando, com amigos e familiares, de uma excursão na cidade turística de Porto Seguro.
A ficha de Paulista é extensa. Em 1997 e 2006 foi preso por tráfico de drogas no litoral de São Paulo. Em 2009, por roubo e formação de quadrilha, na cidade de Teixeira de Freitas. E, na época em que a comarca de Vereda era no município de Prado, foi preso por furto qualificado.
Por: Edelvânio Pinheiro/Liberdadenews