Paulista estava sendo acusado de ter estuprado duas mulheres em menos de 24 horas, na cidade de Medeiros Neto. O delegado titular da polícia civil, Kleber Eduardo Gonçalves, foi quem formulou a representação pela prisão preventiva do acusado. Na ocasião, o promotor Rafael Henrique Tarcia Andreazzi havia se manifestado favoravelmente à prisão.
O início de uma tímida manifestação promovida por familiares de Paulista chegou a acontecer nas proximidades do fórum de Medeiros Neto. Pessoas traziam faixas com inscrições do tipo “Enquanto mantém um inocente preso o verdadeiro culpado está à solta, podendo agir novamente”.
Os dois estupros, um dos quais seguidos de roubo, aconteceram nas madrugadas dos dias 6 e 7 de setembro. As vítimas, duas mulheres casadas, disseram que o estuprador, nos dois momentos, estava com armas de fogo. A primeira vítima, violentada na madrugada do dia 6, contou ao delegado que quando acordou duas armas já estavam apontadas para a sua cabeça. Ela foi levada para uma construção, onde foi violentada. A segunda foi surpreendida juntamente com o marido. Sob a mira de uma arma ela foi obrigada a amarrar o esposo e, logo depois, foi estuprada em outro compartimento da casa.
O advogado de Paulista, Henrique Marques Cardoso, da cidade de Teixeira de Freitas, disse que no dia que a primeira mulher foi violentada o seu cliente viajou com mais 44 pessoas, em uma excursão religiosa, para a cidade de Arraial D’Ajuda, onde ficou hospedado, com os demais, na pousada A Gaivota, tendo só retornado no dia 8, por volta das 23 horas.
Quando questionado sobre o fato de o primeiro estupro ter acontecido nas primeiras horas do dia 6, isto é, antes de Paulista ter viajado, o defensor afirmou que a primeira mulher estuprada fez o auto de reconhecimento na delegacia de polícia de Medeiros Neto, e foi categórica em dizer que o homem que a estuprou não tinha as mesmas características de Paulista, era uma pessoa mais forte e barriguda. A informação do advogado à reportagem foi confirmada pelo delegado.
A outra vítima fez o reconhecimento e mantém a acusação de que teria sido Paulista o homem que a violentou. O advogado, por sua vez, contestou, argumentando que o tempo não contribuiria pra ação. “Não há condições de ele (o acusado) ter saído de Arraial D’Ajuda, vindo a Medeiros Neto praticar esse delito e ter retornado em seguida, até mesmo porque há testemunhas, que não são poucas, que viram Paulista o tempo todo, inclusive depois das 23 horas, durante todos os dias que lá esteve”.
O delegado agora vai prosseguir nas investigações. Ele já sabe que o modus operandi nos dois casos foi semelhante. Nas duas casas o estuprador entrou pelas janelas, depois de arrombá-las, cirurgicamente. Sabe ainda que estuprador encobriu o rosto com uma touca ninja e que no primeiro ataque usava uma roupa de moletom de mangas compridas, que encobria todo o braço e, no segundo, uma meia foi improvisada para encobrir algum sinal que o identificaria.
A ficha de Paulista é extensa. Ele já foi preso por tráfico de drogas no litoral de São Paulo, por roubo e formação de quadrilha, na cidade de Teixeira de Freitas, e por furto qualificado, no município de Vereda. O advogado acredita que esses antecedentes dele podem ter influenciado as acusações e conseqüentemente a sua prisão.
O promotor Rafael Henrique Tarcia Andreazzi se manifestou contrário à liberdade do acusado.
Por: Edelvânio Pinheiro/Liberdadenews