Josiele uma jovem de 16 anos estava feliz da vida com a chegada do primeiro filho, ela, o marido Sandro e a família contavam os dias que faltavam para a chegada do bebê. O enxoval estava pronto, o pré- natal foi feito como recomendado pelo ministério da saúde, tudo caminhava bem, até aquela fatídica sexta feira, 25-11-2011.
Pela manhã, Josiele acordou sentindo dores, foi ao Posto de Saúde, o médico que a atendeu, Dr. Ailton, disse que Josiele poderia voltar para casa, pois ela não iria ter seu bebê naquele dia. Á tarde as dores aumentaram e a família levou a jovem para o Hospital de Caravelas, começava ali o calvário da futura mamãe.
A avó e mãe de criação de Josiele, a senhora Maria Ferreira Martins foi quem a acompanhou ao Hospital, sem conseguir conter as lagrimas começa a nos contar o desespero que viveu por quase dois dias no hospital, antes da neta morrer.
“Cheguei com minha neta no hospital no inicio da noite de sexta feira, a pessoa que atendeu disse que ela não poderia ter parto normal, que o parto teria que ser cesariana, eu falei tudo bem, passamos a noite e a médica, Dra. Alba Marli Pereira dos Santos as vezes aparecia no quarto, outras vezes quando eu procurava por ela a enfermeira dizia que estava descansando. Minha neta continuava sofrendo, gritava por socorro, pedia que eu a ajudasse, e eu ali sem nada poder fazer.”
Ainda segundo dona Maria, já no sábado, ela perguntou por que Josiele ainda não havia sido transferida para Teixeira, responderam que não tinha vaga. “Minha neta já estava sendo torturada, eles forçavam ela a ter parto normal.”
Meio dia veio a noticia que havia surgido uma vaga no hospital de Teixeira de Freitas, a Dra. Marli falou que não havia necessidade, pois Josiele já estava próxima de ter o neném. Dona Maria ainda chorando muito nos fala que da sala ouvia os gritos da neta, que no desespero socava as paredes e pedia por socorro. Enfermeiros, enfermeiras e a médica seguravam a jovem mãe pelos braços e pernas, segundo a avó.
Proibida de entrar no quarto onde a neta estava, a avó acompanhava apreensiva a correria que começou já no meio da tarde de sábado, tentando descobrir o que estava acontecendo, descobriu que a neta havia sofrido uma parada cardíaca, e seria transferida para Teixeira. Quando conseguiram a ambulância, já era tarde demais, Josiele morreu na estrada.
“Josiele estava cheia de hematomas, tava toda roxa, ela foi torturada por quase dois dias, eles forçaram ela demais, mesmo sabendo que ela não tinha condições de ter parto normal. Aquilo foi um assassinato assistido, ela morreu sendo torturada, e isso dentro de um hospital.”- Desabafa dona Maria.
Por: Neuza Brizola