Tendo conseguido prender 7 vereadores, decretou a prisão de um outro, prendido dois empresários do ramo imobiliário e um vereador do município de Nova Viçosa, todos acusados de crimes de corrupção ativa e passiva no uso irregular do solo em uma negociação que tem indícios de irregularidades na área denominada de "Loteamento Caribe" no bairro Cidade Nova em Itabatã, distrito do município de Mucuri.
A decisão foi do presidente do STJ, ministro Ari Pargendler, que tornou sem efeito a decisão da decretação da prisão preventiva contra o ex-vereador Agripino Botelho, que renunciou ao cargo de vereador em Mucuri, em 23 de setembro, para se dedicar sua pré-candidatura a prefeito em Serra dos Aimorés- MG. E tornou sem efeito também a decretação da prisão contra o vereador Manoel Negino Cruz (PSDB), autor das denúncias que resultaram na prisão dos seus sete colegas vereadores, dois empresários e do colega vereador de Nova Viçosa. O ministro ainda concedeu liberdade por hábeas corpus, a vereadora Justina Souza Cruz, a “Tina” (PSD). Atuaram em primeiro grau na defesa dos acusados beneficiados, os advogados Luiz Carlos de Assis, Luiz Carlos de Assis Junior, Aline de Souza Ramos Mattos e Thiago Silva de Miranda, e em instância superior o advogado Pedro Junior Rosalino Braule Pinto.
A vereadora “Tina” que estava recolhida no presídio do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, foi beneficiada pela extensão do Habeas Corpus nº 230343/BA., que soltou o vereador por Nova Viçosa, Wilian Campos dos Santos, o “Som” e o filho dele, empresário Alan Gomes dos Santos, e também o empresário Arlei Francisco Vescov, o “Arley da Traterra. Contudo, o STJ negou a liberdade aos demais vereadores, inclusive o presidente da Câmara, Carlos Gonçalves de Souza, o “Tazinho” (PSDB), Roberto Correia Bastos, “Nicó” (PSC), e Márcio de Jesus Machado, o “Marcinho da Divisa” (PDT) que estão recolhidos no 13º BPM de Teixeira de Freitas, Gisele Aparecida Seguro Gazzinelli (PTB) que está recolhida no presídio do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas e Wilson Pereira Cabral, o “Wilsinho da Pinheiro Móveis” (PR), que por ser portador de paraplegia física, se encontra em prisão domiciliar em Itabatã, distrito de Mucuri.
Por telefone, o ex-vereador Agripino Botelho Barreto, disse que deixou a Câmara de Mucuri em 23 de setembro e a investigação do MPE começou em 19 de dezembro, mas os seus adversários políticos fizeram de tudo durante os trabalhos dos promotores para tentar lhe incriminar ao ponto de haver o convencimento das autoridades ministeriais de se pedir a sua prisão em um processo que não participou, objetivando lhe prender com o intuito de lhe humilhar popularmente com a finalidade única de tirar proveito político. “Todos sabem que não era mais vereador quando este escândalo passou a existir na Câmara de Mucuri e nunca participaria de negociatas, porque sou um homem de vida resolvida e empreendedor, portanto não necessitaria de me comprometer e sujar meu nome por causa de R$ 5 mil. A vontade do povo de Serra dos Aimorés em querer me ver prefeito daquela terra, tem incomodado muita gente a ponto de tentar de todas as formas me tirar da corrida sucessória, e depois de tentarem cassar meu título e espalhar boatos falsos, agora armaram de todas as formas para que a justiça me prendesse por causa de um crime que nunca estive envolvido. Mas estou preparado, porque até 3 de outubro, eles vão tentar me prejudicar de todas as formas”, disse Agripino.
A “Operação Caribe” foi desencadeada na madrugada de quinta-feira (22), nos municípios de Mucuri e Nova Viçosa, para cumprir 12 mandados de busca e apreensão nas casas e nos gabinetes dos vereadores, além das casas e escritórios dos três proprietários do Loteamento Caribe, incluindo um vereador do município de Nova Viçosa, além de 7 mandados de prisão preventiva, incluindo 6 vereadores de Mucuri, inclusive o próprio presidente da Câmara, vereador Carlos Gonçalves de Souza, o “Tazinho”, do PSDB. E quatro dias depois, outros 5 mandados de prisão preventiva foram decretados pelo juiz Leonardo Santos Vieira Coelho.
A operação promovida pelo Ministério Público do Estado da Bahia visou desbaratar um suposto esquema de corrupção existente na Câmara Municipal de Mucuri, referente a pagamento por empresário do ramo imobiliário de vultosas quantias e na doação de bens imóveis a pelo menos oito dos 9 vereadores de Mucuri, os quais, como contraprestação, teriam comprometido a aprovar e apressar a votação do Projeto de Lei de interesse do setor imobiliário, independentemente de qualquer consideração acerca do interesse público relacionado à questão, como informou a promotora de justiça titular de Mucuri, Milena Moreschi, que está atuando na operação em conjunto com o promotor de justiça Pablo Antônio Cordeiro de Almeida e de outros três promotores da GAECO.
Por: Athylla Borborema