Policiais militares, agentes penitenciários, bombeiros, SAMU, e equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) da cidade e de Belo Horizonte permaneciam no local na manhã desta segunda-feira na tentativa de convencer Pedro Francisco Vieira, de 33 anos, a libertar a cabeleireira Cleide Márcia Oliveira Santos, de 38, mãe de um dos presos.
Pedro escreveu uma carta para o GATE pedindo garantia de vida e isso foi assegurado pelos policias. O detento alega que sua morte foi encomendada por R$ 100 mil. Além de exigir que sua integridade física seja garantida, Pedro queria entrar em contato com seus familiares. Os policiais tentaram localizar o pai e a irmã do preso, que moram em Prado, no sul da Bahia, e com o irmão, que vive em Vila Velha, no Espírito Santo, mas sem sucesso.
Outra exigência do detento é ser transferido para um presídio da Bahia. Os negociadores conseguiram listar sete opções de presídios para onde ele pode ser levado, mas Pedro ainda não se decidiu. Uma psicóloga chegou ao local para conversar com o detento, outra exigência dele. O comandante do 50º Batalhão da Polícia Militar de Montes Claros, tenente-coronel Jorge Bonifácio, também estava no presídio para participar das negociações.
O preso ameaçava a cabeleireira com um chuço, uma espécie de faca artesanal, mas ela não sofreu ferimento. A mulher chegou a gritar durante a madrugada, pedindo para ser libertada. Durante a noite, os outros presos ficaram revoltados e começaram a bater nas grades das celas, pois segundo uma “regra interna”, ninguém pode se envolver com parentes dos detentos.
Policiais militares, agentes penitenciários, bombeiros, SAMU, e equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da cidade e de Belo Horizonte permanecem no local na manhã desta segunda-feira na tentativa de convencer Pedro Francisco Vieira, de 33 anos, a libertar a cabeleireira Cleide Márcia Oliveira Santos, de 38, mãe de um dos presos.
Entenda o caso
O cárcere começou por volta das 12h de domingo, quando um agente penitenciário foi levar comida para o homem na cela. Ele tentou ferir o policial e conseguiu fugir pelo corredor, onde fez a mulher refém. Em seguida, Pedro fez vários cortes no rosto, braço e mãos e ameaçou contaminar a vítima com o vírus da AIDS.
Segundo a polícia, ele tem passagens por homicídios, roubo e foi preso por ter cometido um estupro na cidade de Almenara (MG), quando chegou a manter a vítima em cárcere por três dias. O detento cumpre pena há 4 anos e está no presídio de Montes Claros desde novembro do ano passado. O local tem capacidade para 592 presos, mas atualmente abriga 900.
Segundo a diretoria do presídio, após atacar um detento há algum tempo, ele precisou ser levado para uma cela individual improvisada em um quarto para visitas íntimas, onde é preciso abrir a porta para falar com o preso e entregar alimentos. Caso fosse uma cela individual comum, uma abertura na porta seria utilizada, sem necessidade de abertura. A diretoria vai apurar se houve falha na segurança.
Daí tiveram a idéia de entrar em contato com a rádio Prado FM,o tenente Frances do GATE ,passou a situação para Dantas, que de imediato abriu o quadro “Giro de Noticias”, relatando o fato a comunidade e pedindo com urgência quem soubesse de alguma informação que entrasse em contato com a emissora, bastou apenas 06 minutos e os parentes foram localizados e a negociação foi feita na própria emissora.
Onde a irmã falou com detento pedindo para que ele desistisse da idéia e libertasse a refém, graças a Deus ele atendeu o apelo e a libertou no início da tarde desta segunda (13), às 12h11min. Ao ser libertada a cabeleireira foi levada para um hospital da cidade.
Pedro deixou a cela cercado por militares do GATE e foi levado em uma viatura do Corpo de Bombeiros e também para um hospital. Depois, ele será conduzido à Delegacia de Montes Claros, onde vai prestar depoimento e em seguida, será transferido para um presídio no Sul da Bahia.
O radialista Dantas diz que ficou muito feliz com o final da história, por que nem todos os casos, como este, terminam assim, mas graças a Deus conseguimos localizar a irmã do Pedro que veio imediatamente e falou com ele. “Estou muito feliz por ter ajudado; esse é nosso papel, o nosso dever. Achei que essas coisas só aconteciam em filmes, mas essa é nossa realidade nua e crua para todos verem e se preparar que não estamos livres da violência”, concluiu Dantas.
Fonte: Prado Agora