Teixeira de Freitas: Familiares de jovens desaparecidos em Teixeira e região, vem constantemente procurando nossa redação através de mensagens, ligações e e-mails, querendo informações, notícias, pedindo apoio junto à polícia para saber como anda as investigações, e denunciando possíveis grupos de extermínio atuando na região. Familiares falam constantemente da angústia que é ter uma ente querido desaparecido. “Mesmo sabendo que ele não está vivo, merecíamos enterrá-lo dignamente”, disse um familiar.
“Enquanto não vejo o corpo morto do meu filho, acredito e tenho esperança. Mas, quero vê-lo, vivo ou morto”, disse outra parente de desaparecido. “Queria pelo menos enterrar meu filho. Meus coração diz que ele está morto, mas, não é justo para uma mãe, não poder enterrar o seu filho, não poder ter nem mesmo uma certidão de óbito. É muita desumanidade de uma pessoa, matar e não dar a oportunidade a família de enterrar o filho, o neto, o sobrinho. Quanta maldade”, argumentou uma mãe desesperada. E assim, vários e vários apelos e desabafos recebemos com frequência.
Por conta disso, nossa equipe de reportagem tem procurado as Forças de Segurança, buscado informações, cobrado ações, mas, até o momento, nada de concreto. As investigações estão paradas. Não há avanços. O que se desenha, são grupos de extermínio atuante em Teixeira e região, utilizando uma velha tática de guerrilha, que é sequestrar, matar e ocultar o cadáver para dificultar as investigações. Enquanto a família e a polícia procuram informações sobre “desaparecidos”, estes, podem estar enterrados nos milhares de hectares de eucalipto da região.
Somente este ano, são 07 jovens desaparecidos na região. O primeiro caso registrado pela polícia, foi do jovem José Paulo de Oliveira Ramos, 24 anos, morador de São José de Alcobaça, desparecido em janeiro deste ano. No início de fevereiro, um homem, identificado como Antônio Lima dos Santos, chegou a se apresentar na polícia, e dizer que sabia onde o corpo do José Paulo teria sido enterrado. Contou que o José teria se assassinado por conhecidos dele, e que ele ajudou os conhecidos a enterrarem o corpo do jovem nos eucaliptos. Porém, o corpo não foi encontrado no local onde ele informou. O caso segue em investigação.
Em maio, a 8ª COORPIN registrou o desaparecimento do jovem, Iago da Cruz Santos, 24 anos, morador do distrito de Posto da Mata, município de Nova Viçosa. Em abril, a 8ª COORPIN registrou o desaparecimento do jovem Vitor Rosário Santos, conhecido como "Piloto", 20 anos, morador do Bairro Cajarana, em Alcobaça. Em maio, a 8ª COOPRIN registrou o desaparecimento do jovem Diego Santos Augusto, 24 anos, morador do Bairro Tancredo Neves em Teixeira. Também em maio, duas mães registraram o desaparecimento dos seus filhos, Joaldo Souza Silva, 17 anos, e Rodrigo Lima de Oliveira, 20 anos. Estes, saíram de Porto Seguro e foram visto a última vez em Posto da Mata.
Ainda neste mês de março, a 8ª COORPIN registrou mais dois desaparecimentos, sendo do jovem, Jonathan de Jesus Santos, 20 anos, morador de Teixeira de Freitas, e de Leonardo Henrique Sande Silva, 23 anos, morador da Zona Rural de Canta Galo, em Alcobaça. O Jonathan está desaparecido desde o dia 09 de maio, quando foi visto pela última vez no "Bar da Nega", situado no Residencial Castelinho. A moto do Jonathan foi encontrada estacionada no referido bar. Já o Leonardo, desapareceu ontem (26 de maio), e estava abordo de uma motocicleta Yamaha Fazer 250.
Além desses casos registrados este ano, familiares dos jovens, Everton Pereira dos Santos, de 17 anos e João Vitor da Silva, de 18 anos, moradores de Teixeira, e Leandro Miranda Gonçalves, 27 anos, morador de São José de Alcobaça, procuram informações sobre o desaparecimento deles. O Everton e o João Vitor estavam indo para Alcobaça, e foram visto pela última vez em São José de Alcobaça, em setembro de 2019. Já o Leandro, desapareceu em janeiro de 2019.
Familiares aguardam uma resposta das autoridade policiais. São muitos jovens desaparecidos, somente este ano, sem contar os anos anteriores. São vidas que talvez já foram perdidas, mas, os familiares reivindicam pelo menos um sepultamento justo. É preciso investigar, é preciso aprofundar nos casos, é preciso dar uma resposta para a família, para a sociedade.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews
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