Itamaraju: Um mototaxista de 33 anos identificado como Erilson Simões Matos está internado há cerca de uma semana, após ter sido espancado dentro da própria casa em Itamaraju, no sul da Bahia. Segundo os familiares da vítima, os agressores seriam policiais militares.
O caso aconteceu no dia 29 de setembro e nesta segunda-feira (10), 11 dias após as agressões, Erilson segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas. Os parentes da vítima informaram que o estado de saúde dele é delicado, pois os rins pararam de funcionar.
A esposa da vítima, que não quis ser identificada, falou sobre o dia das agressões. Ela afirma que encontrou os policiais dentro de sua casa e foi obrigada a deixar o local.
"Ligaram para meu menino e mandaram eu ir para lá rápido, porque os policiais estavam batendo muito nele e estava fazendo dó, estava dando para ouvir os gritos", explicou.
"Eu cheguei lá, abri o portão de vez e eles tomaram um susto. Eles perguntaram o que eu estava fazendo lá e falaram para eu ir embora. Um deles colocou a arma na minha cabeça e me colocou para fora do portão. Me empurrou, me jogou no chão".
Após ser agredido e sem conseguir andar, o mototaxista foi levado para o Hospital de Itamaraju pelos próprios policiais. Segundo a família, eles disseram que a abordagem tinha como objetivo fazer uma busca de drogas.
No dia seguinte do espancamento, Erilson Simões fez exames particulares que identificaram um coágulo no abdome. De acordo com a irmã dele, Tatiane Simões, o coágulo surgiu por causa das agressões.
"O médico pediu para minha cunhada ir urgentemente para o hospital com ele, para ele passar por uma cirurgia", contou.
No hospital em Teixeira de Freitas, no sul da Bahia, onde está internado, Erilson passa por hemodiálise. Além do problema nos rins, os médicos também identificaram líquido nos pulmões do mototaxista.
A família da vítima denunciou abordagem dos policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional na Corregedoria da 43ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) em Itamaraju.
A major Kelly Ravani, do 43ª CIPM, explicou que uma sindicância será aberta e o procedimento, investigado.
"Será aberta uma sindicância, uma apuração, onde solicitamos que os envolvidos sejam ouvidos. Assim como qualquer caso, as situações que vislumbrarem qualquer possibilidade de ilegalidade serão apuradas e as medidas legais cabíveis serão tomadas", afirmou.
A polícia não divulgou o nome dos policiais, nem se eles foram afastados do trabalho. A família da vítima aguarda a apuração das agressões e pede justiça. "O que eu quero a partir de agora é que tenha justiça. Eu quero que as autoridades deem um basta nisso", pediu a esposa da vítima.
Fonte: G1