Teixeira de Freitas: A equipe do Liberdade News continuou acompanhando os desdobramentos do caso do casal (Sthefany de Jesus Silva e Ailton Ferreira dos Santos), que sequestrou um bebê para um “Ritual de Batizado” na cidade de Caravelas. O casal foi preso em flagrante, autuado por crime de sequestro e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo Plantão Judiciário no último domingo (15). Nossa equipe de reportagem apurou que nesta terça-feira (17), os advogados do casal conseguiram a revogação da prisão da Sthefany e do Ailton.
Na Audiência de Custódia a defesa requereu a concessão de liberdade provisória do casal, e o MP se manifestou contrariamente ao pedido. A juíza, então, após oitiva, decidiu pela revogação da prisão, concedendo-lhe liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, quais sejam: comparecimento mensal em juízo pelo prazo de 18 meses; manter informação atualizada de endereço nos autos; proibição de manter contato entre si; proibição de aproximação da vítima, seus familiares e testemunhas, devendo manter distância mínima de 300 metros.
Entrevista com o Ailton
Nossa equipe de reportagem (Liberdade News e Jornal Liberdade da Rádio Eldorado FM) conseguiu uma entrevista exclusiva com o casal. Questionado ao Ailton sobre o caso, ele reafirmou que não sabia que a criança teria sido levada sem a autorização da família, e que apenas iria fazer um batismo da criança. “Nossa religião é de matriz africana, e jamais iríamos fazer qualquer mal à criança. Era um batismo nas águas. As pessoas confundem muito as coisas, tem muito preconceito. Me sinto injustiçado, envergonhado, nem sei como vou enfrentar as pessoas da minha cidade”, disse.
“Houve sensacionalismo em cima dos fatos, pois a gente jamais teria a intenção de fazer mal à criança, é tanto que a Justiça entendeu isso e estamos soltos agora. A TV fez isso para ter ibope. Se tivesse jeito, eu iria denunciar a TV que me denunciou. Para colocar alguma coisa na reportagem, teria que ter prova. Tudo que é relação à religião africana, há preconceito. Para as pessoas tudo é magia negra. Mas não tem nada a ver, é preconceito. A Umbanda é uma coisa, o Candomblé é outro, a Magia Negra é outra”, explicou o Ailton.
Entrevista com a Sthefany
Em entrevista, a Sthefany disse que é de Guaratinga, que estava passeando em Caravelas, e que já conhecia o Ailton. Sobre o sequestro, ela disse que a prima dela teria falado que a mãe da criança teria deixado pegar a criança para fazer o batismo nas águas e trazer de volta. “A gente só ia batizar nas águas e trazer a criança de volta para a residência. Eu fico indignada é que a sociedade acusa a gente de muitas coisas só do mal, e não é assim que as coisas funcionam. Existe sim o mal e o bem, mas eu nunca pratiquei o mal, sempre pratiquei o bem”, explicou.
“Estou envergonhada, arrependida pois não sabia que ia chegar onde chegou. E não teve mochila alguma, é tanto que quando os pais me encontraram com a criança, eu estava na pracinha da Barra esperando o transporte para voltar de novo. A criança não estava dentro da mochila, estava com a roupinha dela normal. Para mim a minha prima tinha pedido a autorização da mãe da criança. Não sabia que ia acontecer isso. Estou envergonhada, estou lendo a palavra de Deus, vou sair dessa religião, vou para a Casa do Senhor. Em nome do Senhor Jesus serei outra pessoa a partir de hoje”.
Para finalizar, o repórter Edvaldo Alves informou à Sthefany que ela tem algumas restrições impostas pela Justiça, dentre elas, seria a de não ter contato com o Ailton. “Não terei contato com ele, até porque não moramos na mesma cidade. Peço desculpa à família, estou muito arrependida e se eu pudesse voltar atrás, nada disso teria acontecido e estou aqui diante da palavra de Deus pedindo perdão. Nunca mais isso vai acontecer. Vou para a Casa de Deus, a Casa do Senhor”, finalizou a Sthefany. Tanto a Sthefany quanto o Ailton negaram haver outra criança que seria “batizada”.
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