Eunápolis: Uma manifestação realizada por cerca de 10 guardas civis municipais em frente à residência da prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres, na tarde desta quarta-feira (1º), terminou em tumulto. Usando uma caixa de som amplificada, o grupo liderado pelo diretor do SindiGuardas/BA, Osvaldo Neto, protestava contra a demissão do comandante da corporação, Ezequiel Mascarenhas, publicada horas antes no Diário Oficial do município.
Somente o esposo da prefeita, Paulo Dapé, e mãe dela, de 88 anos, estavam na residência. Dapé – que também é secretário da Casa Civil -, afirmou que foi até a rua reclamar, pois o grupo estava reproduzindo músicas com letras depreciativas, que ofendiam a honra da gestora de modo indireto e ainda incomodava a vizinhança. Em um determinado momento, como mostra um vídeo que circula na internet, Dapé, se sentindo insultado, tomou o celular de um guarda que realizava uma filmagem. A situação foi controlada com a chegada da Polícia Militar.
“Protestar é um direito, mas é preciso saber o local correto, para que não se confunda a autoridade com a cidadã Cordélia, que assim como todos, possui o direito de não ter a sua paz perturbada. No momento, não era o secretário Paulo Dapé que estava em sua própria residência e, sim, o cidadão Paulo Dapé”, disse o secretário da Casa Civil.
EXONERAÇÃÇO DO COMANDANTE – Segundo a prefeita Cordélia, a exoneração do comandante ocorreu devido ao não atendimento de expectativa em relação à atuação da Guarda Civil Municipal. “A nomeação do comandante da GCM é um ato discricionário do Executivo. Ou seja, de livre escolha da prefeita”, disse.
Em entrevista ao site, o diretor sindical afirmou que tinha marcado uma reunião com a prefeita às 15h para tratar de outras reivindicações da categoria, mas ela não quis recebê-lo. Por sua vez, a prefeita informa que já havia atendido uma comissão de cinco guardas, em seu gabinete, por volta das 13h, para tratar de assuntos administrativos.
PREFEITA NÃO ESTAVA EM CASA – Logo após a reunião, segundo funcionários do gabinete, a prefeita saiu para visitar as obras da Rua Flamingo, no Moisés Reis. O sindicalista e os demais manifestantes teriam começado a chamar a prefeita de ‘fujona’. Acreditando que Cordélia tinha ido para casa, eles se dirigiram até o local e começaram o protesto com a caixa de som.
PAUTA DA CATEGORIA – O diretor sindical informou que na pauta de reivindicações constam melhores condições de trabalho para a categoria, troca de placas balísticas, entre outras. Eles também se posicionaram contra a nomeação do novo comandante da guarda, que estaria respondendo a uma sindicância.
Sobre os investimentos feitos pelo município na Guarda Municipal – como aumento salarial, auxílio fardamento, caminhonete para ajudar nas rondas e novos coletes balísticos -, o diretor do SindiGuardas/BA reconheceu as conquistas, mas disse que elas são referentes a pleitos de 2021, concedidos em 2022.
CONFUSÃO TAMBÉM EM ITABELA – Não é a primeira vez que o diretor do SindiGuardas/BA, Osvaldo Neto, se envolve em confusão. Em 2020, ele realizou um protesto em frente à casa do prefeito de Itabela, Luciano Francisqueto. Se sentindo afrontado, com o que classificou de espetáculo e não protesto legítimo, o prefeito também tomou o celular do sindicalista e abriu um processo contra ele na Justiça.
Fonte: Radarnews