Lajedão: O corpo do médico Aloísio Vieira Silva, de 29 anos, morto no Centro de Montanha, Norte do Espírito Santo, foi enterrado nesta segunda-feira (27), na cidade de Lajedão, extremo sul da Bahia. A vítima foi encontrada dentro do apartamento em que morava no domingo (26). Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, o caso trata-se de um latrocínio (roubo seguido de morte).
Familiares e amigos se despediram do médico durante o velório. Aloísio era natural de Lajedão e mudou-se para o Espírito Santo para estudar medicina.
O baiano se formou em medicina em 2020 pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e, desde então, atuava em cidades do interior do estado. O médico trabalhava nas cidades de Pinheiros e Montanha.
Segundo a prefeitura de Pinheiros, Aloísio dava plantões no Hospital Municipal e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Montanha.
Segundo a polícia, foram os colegas de trabalho de Aloísio que o encontraram morto na residência onde ele morava, após perceberem que o médico estava atrasado para o plantão. No imóvel, Aloísio foi achado caído, com sangramento no rosto e já sem vida.
Prisão do suspeito
O suspeito do latrocínio, identificado como Carlos Magno Santos Santana, foi detido horas após o crime, no bairro Cobras, em Conceição da Barra, dentro de um bar. De acordo com a polícia, ele não resistiu à prisão.
Com ele foram encontrados os objetos pessoais da vítima que foram levados do apartamento. Ele confessou o crime e disse que marcou um encontro com o médico pela internet.
Em imagens de câmeras de segurança, é possível ver o médico na noite do crime ao estacionar o carro, retirar algumas coisas do veículo e entrar no prédio. Pouco tempo depois, o suspeito aparece e também entra no prédio da vítima.
Na sequência, Carlos Magno sai do prédio levando alguns objetos, entra no carro do médico e foge. Segundo a polícia, Aloísio e Carlos ficaram cerca de 5h no apartamento e foi durante esse período que Carlos teria esganado e assassinado o médico a facadas.
Investigações continuam
De acordo com o delegado Eduardo Mota, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Montanha, depois de se encontrarem, a vítima e o suspeito passaram o dia em Conceição Barra, município vizinho de Montanha, e depois seguiram juntos no carro do médico para a residência dele, onde ficaram por cerca de cinco horas.
"Segundo levantamento dos vídeos, [o suspeito] ficou na rua de trás, o médico seguiu sozinho e depois encaminhou a localização. Temos um tempo de mais ou menos no interior do apartamento, onde ele teria matado a vítima com intenção de subtrair seus bens. Pelas redes sociais ele afirmava ser professor de capoeira, então aparentemente tem uma estrutura forte", contou o delegado.
"Segundo ele, teria esganado a vítima com as próprias mãos e depois esfaqueou diversas vezes", completou.
O delegado disse ainda que depois de matar o médico e roubá-lo, Carlos Magno ainda postou vídeos nas redes sociais ostentando os bens da vítima.
Eduardo Mota disse que, apesar do suspeito ter dito à polícia que este seria o seu primeiro encontro com a vítima, as investigações continuam porque denúncias indicaram que vítima e assassino teriam se encontrado outras vezes, o que pode indicar que ele já tinha intenção de matar o médico.
"As provas técnicas ainda serão produzidas. Inclusive, com oitivas de familiares, testemunhas, vizinhos do prédio. Isso tudo ainda vai ser apurado, fora toda a parte da polícia científica", disse o delegado.
Fonte: G1