Medeiros Neto: Pelo menos dois dos presos da Delegacia da Polícia Civil de Medeiros Neto, colocados em liberdade provisória pelo juiz substituto da comarca, Ricardo Costa e Silva, são considerados, pela sociedade e pela polícia, de alta periculosidade: os acusados de homicídio Joel Mota Júnior, o Junão, 30 anos, e José Alberto Araújo Carvalho, o Betinho, 19. O magistrado expediu 15 alvarás de soltura nesta terça e quarta-feira (2 e 3/04), concedendo liberdade à acusados de homicídio, tráfico de drogas, roubo, estupro e porte e posse ilegal de arma de fogo. O juiz alega excesso de prazo dos processos, falta de alimentação e as condições precárias da cadeia pública da cidade, que funciona numa casa residencial improvisada.
O princípio da dignidade humana e os direitos constitucionais dos detentos são compreendidos, entretanto, a liberdade dada a elementos que são considerados perigosos é vem sendo questionada em todos os lugares na cidade de Medeiros Neto. A população ficou em polvorosa e o principal site de notícias da cidade estampou, na capa, uma foto da cidade, tipo aérea, com a palavra LUTO, assim mesmo, em caixa alta.
O radialista Patrick Brito postou comentário nas redes sociais dando conta de que Junão foi a três casas comerciais em Medeiros Neto, que vende ferramentas, e tentou comprar uma facoa. “Por sorte os comerciantes o reconheceu em razão de fotos veiculadas nos sites de notícia e não vendeu o instrumento pra o maníaco da facoa”, escreveu o radialista.
Estão em liberdade Joel Mota Júnior, Alberto Oliveira de Jesus, Bekiane da Silva Santos e José Alberto Araújo Carvalho, acusados de homicídio; Jackson Silva dos Santos, Edimar Oliveira Ferreira, Augusto Moreira Neres, Vagner Ribeiro Chaves de Jesus e Rubens Bispo Lacerda, acusados roubo; Antônio Márcio Souza da Silva e Artur Santos Leite, acusados de tráfico de drogas; Vilmar dos Santos Carvalho, acusada de estupro; Ana Paula Silva de Jesus, acusada de furto e Isaias Rodrigues da Silva e José da Paixão Pereira da Silva, acusados, respectivamente de porte e posse ilegal de arma.
Junão e Betinho: Junão, no dia 21 de novembro de 2012, matou a sua companheira Marinei Cruz Silva, 46, com um golpe de facoa, instrumento utilizado no corte de cana. A violência do golpe arrancou dentes, mandíbula e língua da vítima. O que assusta nesse episódio é que o criminoso, que confessou ser usuário de drogas, estava em liberdade condicional por homicídio, havia dois meses. Ele havia matado, também com golpes de facoa, Manoel da Silva Pereira, 31 anos, o Galego. Em ambos os crimes os motivos foram fúteis. Marinei não queria que Junão fosse para roça e, Galego, devia a Junão R$ 20.
Betinho é acusado de matar Jurandir de Souza Lino, 26, que foi assassinado no dia 23 de junho de 2012 com vários golpes na cabeça. A polícia encontrou ainda um cadarço amarrado no pescoço da vítima, que teria sido também enforcada. Ele havia fugido da Delegacia de Medeiros Neto no dia 26 de março de 2013, depois de abrir um buraco na parede do banheiro, mas se entregou à Polícia Civil no dia anterior à apresentação do alvará que lhe concedeu a liberdade.
Junão e Betinho, portanto, são considerados perigosos. Este pela série de ameaças de morte que vem fazendo à testemunhas, policiais e profissionais da imprensa local; aquele, pela frieza com que mata suas vítimas.
Por: Edelvânio Pinheiro/Liberdadenews