Teixeira de Freitas: tempo passa e uma triste realidade não muda: os problemas envolvendo trotes passados ao Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e ao disque-denúncia da Polícia Militar (PM) em Teixeira de Freitas. Nossa reportagem esteve esta semana conversando com os responsáveis pelas duas importantes instituições sobre os trotes, que atrapalham a prestação dos serviços à sociedade.
Dados coletados no Samu indicam aumento no número de trotes telefônicos. Em janeiro deste ano foram identificados em torno de 1.658 trotes dentre as pouco mais de 2.500 ligações que o Serviço recebe mensalmente. Em fevereiro, o número subiu assustadoramente – 2.399; março houve uma pequena queda – 2.120, e em abril novo aumento – 2.247, demonstrando que desde fevereiro o total de chamadas mentirosas, que impedem, muitas vezes, que alguém que necessite, de fato, de atendimento, seja atendido, tem sido mais de 50% do total de chamadas recebidas na Regional Teixeira de Freitas.
O Samu funciona 24 horas, quando alguém liga, é atendido por um médico regulador responsável pela triagem do caso, feita a partir de algumas perguntas a quem está ligando. Em alguns casos, o médico passa orientações pelo telefone, sendo que, na maioria das vezes, não é necessário o deslocamento da ambulância para o socorro “in loco”, apenas as orientações resolvem com eficácia o problema.
Em outras situações, de acordo com a gravidade, o médico faz perguntas para saber qual das ambulâncias enviar ao local. Enquanto o Samu chega e presta o atendimento inicial, o médico entra em contato com o hospital, comunicando a chegada do paciente.
O Samu só deve ser acionado em casos emergenciais, casos graves. Quando um trote é passado, a unidade aciona a viatura, que fica de prontidão até que consiga a confirmação da ocorrência. Normalmente, os trotes acontecem em horários escolares; na semana, os índices são menores que nos finais de semana. Devido ao elevado número de trotes, sobretudo passados por crianças, a fim de acreditar na veracidade da ligação, o Samu presta atenção ao alto número de chamadas com a mesma denúncia.
Segundo o coordenador do Samu, Silas Oliveira Rosa, ”o Samu atende a nove municípios, sendo que a sede é em Teixeira de Freitas. Enfrentamos muitas dificuldades, principalmente com os trotes, mas, estamos trabalhando para fazer a conscientização. Temos a possibilidade de ir à rádio para começar a chamar atenção dos cidadãos sobre a questão dos trotes, orientando. Os números de trotes são altos, deixando o Samu em situação delicada, agravando a situação dos pacientes que precisam do atendimento”, finalizou.
O disque-denúncia da PM também vem sendo um dos prejudicados pelos trotes. Em média, cerca de 40% das ligações são deste tipo. Como no caso do Samu, é mais frequente em horários escolares, segundo o tenente-coronel Paulo César Silveira, comandante do 13º BPM. “Nós temos um sistema de comunicação com duas linhas telefônicas de atendimento, e, muitas vezes, por conta destes trotes, as linhas ficam ocupadas. 40% das ligações são trotes – um número bastante elevado. Muitas vezes, as pessoas não se identificam e dão nomes falsos, deslocamos para o local e não encontramos nada. Isso prejudica o atendimento para quem realmente necessita”, afirmou o tenente-coronel.
Por: Sulbahianews