Mucuri: Uma equipe do Departamento de Polícia Técnica, composta pelos peritos Dr. Bruno Melo, Pablo Bomjardim e pelo perito médico, Dr. Welson Jorge e pelo auxiliar de necropsia, José Francisco (Chicão) se deslocou até o Distrito de Itabatã, pertencente ao município de Mucuri, para fazer uma exumação, supostamente de uma criança, que teria sido enterrada sem uma Declaração de Óbito (D.O), que é o documento assinado por um médico, que acompanhou o paciente no momento da doença, ou efetuou a necropsia, podendo assim, afirmar a causa da morte da pessoa.
Segundo o delegado titular de Mucuri, Dr. Charlton Fraga, uma senhora, identificada como sendo Edileuza Pinto da Silva, moradora de Itabatã, que trabalha como moto-taxista no distrito, teria supostamente enterrado uma criança, que seria seu próprio filho, no cemitério local, sem a devida Declaração de Óbito. Ação feita no período noturno e sem o conhecimento dos funcionários do cemitério. Após ter sepultado a criança, a Edileuza teria tentado tirar uma Certidão de Óbito da “criança”, no Cartório de Mucuri. Desconfiado da história, os funcionários do Cartório procuraram a polícia.
Diante das alegações da suposta mãe, o delegado não teve outra opção, a não ser solicitar a exumação do corpo da criança para apurar a realidade das informações da mulher e, caso fosse verdade, a possível causa da morte do falecido. Antes do pedido, o delegado ouviu várias testemunhas e todos informavam que nunca viram a Edileuza com criança, e nem sabia que ela tinha um filho, de pouco mais de um ano, como alegava a moto-taxista. Segundo o coveiro, há uns dois meses atrás, a referida mulher lhe procurou no cemitério para sepultar uma criança, mas como estava tarde, ele orientou que a mesma viesse na manhã seguinte.
Ainda segundo o coveiro, ele perguntou se havia uma D.O e a mesma disse que sim. Então, ele disse a ela que iria deixar tudo no jeito, mostrou qual sepultura seria a da criança e pediu que ela providenciasse a documentação para o sepultamento no outro dia. Pela manhã quando chegou para trabalhar, o coveiro descobriu que a mulher invadiu o cemitério no período da noite e sepultou a possível criança. Sem poder fazer mais nada, orientou a mulher que trouxesse a D.O, foi quando a mesma procurou o Cartório. Desde este momento que essa confusão está se passando no distrito e não se falava outra coisa em Itabatã.
Na manhã desta terça-feira, o delegado Charlton e sua equipe, juntamente com os peritos do DPT de Teixeira, se dirigiram ao cemitério para os procedimentos de exumação. Segundo o perito Bruno Melo, o caixão estava enterrado a aproximadamente 60 centímetros, tratava-se de uma urna funerária infantil e dentro da mesma só foi encontrado penas de aves, restos de carne em decomposição, possivelmente 03 corações bovinos, pés de galinhas, diversas velas de “macumba” e uma foto, que não foi possível o reconhecimento, devido o desgaste do tempo e da decomposição dos materiais no interior do caixão.
Ainda segundo o perito Bruno Melo, a foto pode ser de alguém que seria o alvo do ritual da “magia negra” e ainda havia pedaços de tecido, possivelmente da pessoa da foto, mas que o “trabalho” da mulher foi desfeito pela polícia. De acordo com o delegado Charlton, a mulher colocou na cabeça que tinha uma criança e que a mesma havia falecido e provocou todo esse problema, sendo preciso deslocar todo o aparato do Estado para a exumação de restos de animais e materiais de magia negra.. Ainda segundo o delegado, Edileuza vai responder por crime de registro de nascimento inexistente e falsidade ideológica.
Por: Edvaldo Alves/Liberdadenews