O delegado Charlton Fraga, que investiga se uma suposta criança teria sido enterradana cidade de Mucuri, no sul da Bahia, ouviu a mulher que diz ser a mãe nesta terça-feira. Ele descobriu materiais de semelhantes aos usados em rituais de magia negra durante a exumação que é parte da investigação sobre o enterro da criança, que teria um ano e quatro meses.
Em depoimento, a mulher garantiu que as roupas encontradas no caixão são dela, assim como a fotografia. Ela disse também que o avô paterno do filho era quem cuidava da criança e que teria ligado para ela para saber como fazia um enterro. Depois desse dia, ela passou a não ter mais notícias do suposto filho, informou em depoimento.
A história intriga a polícia, que não chegou a uma conclusão se existe ou não uma criança. A mulher chegou a dizer, durante depoimento, que o avô paterno morava em um assentamento de terra na região de Mucuri.
A polícia esteve no local nesta quarta-feira e não encontrou ninguém com as características informadas pela mulher. No assentamento, os moradores disseram à polícia que também não conheciam ninguém com o perfil apresentado. Ela disse que o pai da criança mora em uma cidade que faz divisa com o Espírito Santo.
Mesmo com todas essas justificativas apresentadas pela polícia, a mulher continuou dizendo que teve um filho e que a criança está sumida. A mulher afirmou que teve o filho na zona rural da cidade e que cinco pessoas assistiram ao parto, entre elas, a parteira. Uma parente dela informou à polícia que nunca viu a mulher grávida. A polícia aguarda os envolvidos para prestar depoimento.
Início da investigação: A polícia instaurou inquérito no dia 31 de outubro deste ano para investigar o caso, depois que o delegado diz que recebeu uma notificação da Justiça, que pedia investigação para o caso de uma família que solicitava o atestado de óbito de um bebê, de pouco mais de um ano, que já tinha sido enterrado.
"A mãe e avó da criança fictícia procuraram o coveiro para fazer sepultamento. Marcaram e não foram. No outro dia, à noite, quando o coveiro já tinha saído, fizeram o enterro. Daí o coveiro foi cobrar a declaração de óbito e nada. Elas foram ao cartório, mas a criança não tinha a certidão de nascimento. A tabeliã ficou desconfiada por não saber o lugar e a causa da morte, fez um relatório e mandou para a juíza, que me repassou e eu instaurei inquérito", explicou o delegado.
O coveiro e o administrador do cemitério já foram interrogados. "Em conversas preliminares com a mãe da criança, ela afirma que a criança existe. Não sei se inventaram a história para justificar o feitiço", avalia. Fraga diz que precisa descobrir se a criança existe ou não. "Se não existir, a mãe responde por registro de nascimento inexistente. Se existe, preciso saber onde está e se está viva", aponta.
Por: G1/Foto Liberdadenews