Teixeira de Freitas: Completa hoje, domingo (27/04), dois meses do assassinato do radialista e jornalista Jeolino Xavier Lopes, o “Jel Lopes”, 44 anos e as respostas sobre as perguntas mais comuns, ainda não são respondidas: Quem estaria interessado na sua morte? Quem lhe matou? E porque?

Nos primeiros 15 dias, após a morte do jornalista, o delegado-chefe da 8ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, delegado Marcus Vinicius, que preside o inquérito do caso, ainda atendia os jornalistas sempre com a mesma resposta: -que a investigação em torno do crime tem caminhado pelo seu percurso normal, ouvindo pessoas e juntando peças que possam contribuir com o trabalho que pode levar a polícia identificar e prender os assassinos.

Vídeos de lojas e do sistema de monitoramento da cidade que mostrariam o trajeto do jornalista naquela noite, desde a saída do seu escritório, sua estada na área de alimentação da Praça da Bíblia, embarque no carro e trajetos futuros, foram recolhidos pela Polícia. Mas tão logo a notícia que as gravações chegaram às mãos da Polícia Civil, imperou um silêncio total em torno do fato. Sabe-se lá o que estas fitas revelaram, que só de pensar dá calafrios!. O delegado Marcus Vinicius nunca falou oficialmente com a sociedade sobre o caso, nem por meio da imprensa que é o canal direto das autoridades para se comunicar com a população.

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Atualmente quando indagado, nada responde sobre o fato. Daí surgem algumas perguntas. Será que nada merece uma satisfação ou não existe nada que possa ser falado? Uma satisfação mesmo que indiretamente para que haja a formação de uma compreensão por parte de todos. Afinal, morreu um repórter, um legítimo representante da sociedade e sua morte representa uma afronta ao livre-arbítrio. Merece rigor sempre na apuração da morte de qualquer cidadão, mas quando se mata um repórter, se amordaça um povo e se elimina a livre liberdade de expressão de grande parte de uma população.

A morte de Jel Lopes passa ser a maior das preocupações, porque além de matar um cidadão, se matou também um autêntico representante da liberdade de expressão. Ou será que a morte de Jel Lopes já está na pauta para entrar para o rol dos insolúveis. É impossível que a sociedade baiana, especialmente a população de Teixeira de Freitas, não mereça uma atenção. E porque reina o tal silêncio? Quem está por trás da morte de Jel Lopes? Será que existe pessoa tão ruim, que mesmo depois de morta não mereça uma atenção sobre a barbárie que lhe acometeu? As investigações ainda continuam ou não? O que fazer? Porque reina o silêncio absoluto? Alguém tem uma resposta?

Logo após a morte do jornalista Jel Lopes, no último dia 27 de fevereiro, a titular da 3ª Promotoria Criminal da comarca de Teixeira de Freitas e atual coordenadora regional do Ministério Público, promotora de justiça Graziella Junqueira Pereira, ligou para alguns representantes da imprensa local, se colocando à disposição da categoria no intuito de colocar o MP ciente da situação e no acondicionamento das apurações.

Mas conforme o jornalista Edelvânio Pinheiro, vice-diretor regional no extremo sul do SINJORBA – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia, a categoria entendeu a complexidade do caso e se aguardou os 60 dias previstos em Lei para que a Polícia Civil desse uma resposta ou no mínimo uma satisfação à sociedade. Mas agora, depois de passados os prazos regidos, se organiza um encontro oficial dos representantes das entidades ligadas aos direitos e deveres dos jornalistas e radialistas para sentar e tratar do assunto com os dois promotores criminais da comarca de Teixeira de Freitas e com as autoridades da cúpula da segurança pública, em Salvador, para se buscar uma solução.

Por: Athylla Borborema

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