Teixeira de Freitas: Os Índios Pataxós, que haviam ocupado a DIREC 09, na última quarta-feira (21), desocuparam o prédio no início da tarde desta sexta-feira (23), depois de um pedido de reintegração de posse por parte do órgão. Durante esses dois dias, eles fizeram manifestações pelas ruas, dormiram, se alimentaram, e interditaram a Rua Dão Pedro II, no bairro São Pedro.
Com a saída deles, a equipe da DIREC foi ao local, e constataram que além de muita sujeira, objetos sumiram, outros foram destruídos e ainda, portões e todas as portas que estavam fechadas com chaves foram arrombadas. A polícia Militar foi acionada, e em seguida, funcionários da DIREC prestaram queixa na polícia civil. Neste sábado (24), uma equipe da Polícia Técnica vai até o local para fazer o levantamento de todo o estrago.
Nossa equipe esteve na DIREC depois da saída dos índios, e fez imagens exclusivas. No final da tarde desta sexta feira (23), recebemos uma nota do diretor em exercício da DIREC, Erisvaldo Rodrigues Souza. Leia na íntegra:
NOTA A IMPRENSA: Diante da recente ocupação do prédio da Diretoria Regional de Educação e das últimas matérias veiculadas nas emissoras de rádio, TV e sites da região, busco aqui esclarecer sobre temas apresentados pelas 4 (quatro) aldeias que participam da mobilização indígena. Mas antes de tudo afirmo que sofri agressão e fui perseguido dentro do prédio da DIREC 09, sendo forçado em defesa de minha integridade física, a evadir do local. Além da agressão a minha pessoa, ficaram detidas nos fundos (cozinha) da Direc, 02 (dois) dos nossos servidores por mais de 5 horas, portas das salas foram arrombadas e pessoas que se dirigiam ao Órgão para buscar informações foram ameaçadas pelos ocupantes.
Apesar de tudo, está é uma ação legítima e faz parte da luta indígena, mas infelizmente estão sendo manipulados por interesse da empresa contratada e de um assessor do Deputado Estadual Yulo Oiticica. Sendo que afirmam estar na DIREC com 10 caciques, quando na verdade apenas 3 (três) caciques se fazem presente.
Sobre as informações referentes à falta de merenda e material de didático, afirmo que não cabe a DIREC a aquisição destes, visto que as escolas recebem recursos dos programas PNAI – Programa Nacional de Alimentação Escolar Indígena e FAED – Fundo de Assistência Educacional, para adquirir material didático. Sendo que as direções escolares realizam tais aquisições, cabendo a DIREC o acompanhamento dos trabalhos.
Com relação à informação dos problemas de transporte escolar indígena, garanto que a Secretaria Estadual da Educação, dentro da legalidade conseguiu instruir processo licitatório em tempo hábil para atendimento dos estudantes indígenas, tendo sido publicada a convocação da empresa. Contudo, algumas das mesmas lideranças que hoje ocupam a DIREC foram a Salvador e provocaram a suspensão dos serviços, além de apresentar novas demandas, com novas rotas, afirmando que em uma delas o estudante percorria 360 km por DIA para estudar. Sendo sabedor que esta não é a realidade no local, fui até a região fazer a fiscalização das rotas e constatei que a referida rota possuía na verdade 15 km, ou seja, o estado estava pagando R$ 343.000,00 mil por um percurso que o custo real seria de R$ 28.500,00.
Vale ressaltar que o líder oculto destas mobilizações é conhecido como Maikon Kahú, Assessor do Deputado Estadual Yulo Oiticica, deputado que participou pessoalmente da mobilização destes em Salvador, que culminou com estes novos valores que tanto oneram o estado.
Para se ter uma idéia, antes desta mobilização arquitetada pelo assessor do Deputado Yulo Oiticica, o valor do Transporte Escolar Indígena era de R$ 380.000,00 em 2013, após a mobilização e o apoio do deputado o valor saltou para R$ 1.643.000,00, ou seja, mais de 4 vezes o valor que pagamos o ano passado. Vale ressaltar que estes mesmos indígenas afirmaram oficialmente que a empresa contratada no ano passado prestou um BOM serviço.
A EMPRESA contratada colocou um dos caciques como “gerente” e agora incita, juntamente com o Assessor do Deputado a divisão dos Indígenas atendidos pela DIREC 9. Por o coordenador indígena, Sadraque Santos não concordar com a ilegalidade latente no processo é que este grupo minoritário deseja sua exoneração.
Por: Mirian Ferreira/Liberdadenews