Alcobaça: No final da manhã de terça-feira, (05), o filho e sobrinho do fazendeiro Jucélio Lima Goncalves, 41 anos de idade, mais conhecido na cidade do Prado como “Célio do Leite”, se apresentaram à Polícia Civil de Alcobaça. Eles estão sendo acusados de ajudar o fazendeiro a matar o vaqueiro Alexandro Neves de Souza, 31 anos de idade, e tentar contra a vida de Erineuza Costa Chaves, 28 anos, esposa do vaqueiro. Na ação, os filhos do casal foram levados pelos acusados e deixados três dias depois em frente a um abrigo para crianças, em Teixeira de Freitas.
O crime aconteceu na noite do último dia 28 de julho, na Fazenda Ribeirão, Zona Rural do município de Alcobaça, onde o vaqueiro Alexandro foi assassinado com três tiros e sua esposa Erineuza, golpeada 14 vezes por uma faca, além de ser atingida por um tiro. Após o crime, os acusados tentaram desovar os corpos, levando-os na carroceria de um Fiat/Strada, conduzida pelo próprio fazendeiro, “Célio do Leite”. Porém, a mulher do vaqueiro, que se fingiu de morta, conseguiu pular da carroceria do veículo, ainda em movimento, embrenhar no mato e pedir socorro.
A esposa do fazendeiro também é apontada pela Polícia Civil como mentora do crime. Mariana Ferreira da Silva, 21 anos, e o Jucélio, tiveram suas prisões preventivas decretadas pelo juiz criminal, Dr. Leonardo Coelho. Os pedidos foram representados pela delegada, Dr.ª Rosângela Sousa, que responde interinamente pelo município de Alcobaça. O fazendeiro e a esposa continuam foragidos da Justiça, e o filho de “Célio do Leite, Rafael Gomes Gonçalves, 19 anos de idade e o sobrinho do “Célio”, um menor de 16 anos de idade, ambos moradores de Teixeira de Freitas, se apresentaram à polícia.
Os jovens se apresentaram na presença do advogado criminalista, Dr. Paulo Andrade, que os convenceu a se apresentar, pois os mesmo têm participações efetivas no crime. Segundo depoimentos dos dois jovens, o Jucélio chamou os dois para acompanhá-lo até a residência do vaqueiro, que fica na referida fazenda. Segundo o Rafael, o seu pai estava insatisfeito com os serviços do vaqueiro e iria dispensá-lo. Chegando ao local, o Célio começou a conversar com o Alexandro, e lhe dispensou, informando que ele deveria sair da casa até o outro dia, pois ele não estava trabalhando direito.
Neste momento, o Alexandro começou a se exaltar e sacou de um revólver, dizendo que ele não sairia da fazenda, e que ele já matou seis e deixou um aleijado. O menor de 16 anos saiu em defesa do tio e conseguiu derrubar a arma do Alexandro, pegando-a e disparando três tiros contra o vaqueiro. Neste momento, a Erineuza se apossou de uma faca e foi em direção ao Rafael. Segundo o Rafael, ele entrou em luta corporal com a mulher e conseguiu tomar a faca dela, desferindo vários golpes contra a mesma. “Eu a golpeei para me defender, pois ela estava muito furiosa e iria me matar”, disse o Rafael.
De acordo com o Rafael, ele saiu da casa logo após ver a mulher caída e retornou para a sede da fazenda. O seu pai e o seu primo ficaram na casa e depois o chamaram para desovar os corpos, o que foi negado por ele. A arma do crime foi entregue à polícia e passará por perícia. O menor foi submetido a exames residuográficos para pesquisa de vestígios de pólvora/chumbo, já que segundo a versão dos dois, o menor foi o responsável pelos disparos de arma de fogo. Os dois foram ouvidos e liberados, pois eram até então, autores desconhecidos do crime e não havia mandado de prisão contra os mesmos.
Por: Edvaldo Alves e Mirian Ferreira/Liberdadenews