Teixeira de Freitas: Na última sessão do dia 28 de outubro, foi aprovado o Projeto de Lei de autoria do vereador Edinaldo Rezende, que “Institui a Semana de Conscientização, Enfrentamento e Combate à Violência Obstétrica, no município de Teixeira de Freitas”. De acordo com o projeto, fica instituída a “Semana de conscientização, enfrentamento e combate à violência obstétrica”, no calendário oficial do município de Teixeira de Freitas.
A semana que se refere o artigo 1º, anualmente será realizada no mês de maio, em função do dia 28 de maio ser instituído como “Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna”. O projeto, que agora aguarda a sansão do Prefeito para se tornar Lei Municipal, tem como principal objetivo chamar a atenção da comunidade Teixeirense para o problema das mortes maternas e ampliar o debate público sobre os direitos das mulheres.
Segundo justificativa do próprio projeto, mulheres são diariamente vítimas da chamada violência obstétrica em consultórios e hospitais das redes públicas e privada de saúde. Muitas parturientes não sabem dos seus direitos no pré-natal, na hora do parto e no pós-parto e constantemente sofrem com agressões físicas ou emocionais por parte dos profissionais de saúde.
É considerada violência obstétrica, desde a enfermeira que pede para a mulher não gritar na hora do parto normal até o médico que faz uma episiotomia [o corte entre o ânus e a vagina para facilitar a saída do bebê]. Apesar de a OMS (Organização Mundial de Saúde) determinar critérios e cautela para a adoção do procedimento, médicos fazem a prática de maneira rotineira.
De acordo com a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços públicos e privado”, divulgada em 2010, pela Fundação Perseu Abramo, uma em cada quatro mulheres sofrem algum tipo de violência durante o parto. Estima que entre 80% a 90% das mulheres brasileiras são cortadas durante o parto normal e estudos já revelam que há evidências de que não é necessário mais estes cortes. As mulheres são cortadas sem o consentimento delas, isso é uma violência obstétrica.
Os efeitos da violência obstétrica são sérios e podem causar depressão, dificuldade para cuidar do recém-nascido e também problemas na sexualidade desta mulher. Os tipos mais comuns de violência são gritos, procedimentos dolorosos sem consentimento ou informação, falta de analgesia e até negligência.
Informe, divulgue, compartilhe esta informação. Muito pode ser feito para evitar que ações deste tipo sejam praticadas todos os dias, inclusive contra pessoas próximas. O projeto é apenas uma parte da luta. Mas é a mobilização da população que faz com que ele seja de fato efetivado.
Por: Liberdadenews/Ascom